O presidente da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa), Darcy Deitos, entregou na última terça-feira (24), em Medianeira, o segundo maior aterro sanitário da região Oeste do Paraná. O maior aterro da região está localizado em Foz do Iguaçu.
Foram investidos R$ 390 mil para implantação do aterro em Medianeira, que terá 54 mil metros quadrados de área e vai receber, em média, 19 toneladas de lixo por dia. Do valor investido, 75% dos recursos foram destinados pelo governo do Estado e 25% ficaram sob responsabilidade do município.
O investimento feito pelo governo foi repassado por meio da Suderhsa – vinculada à Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos ? e foi proveniente de um acordo de financiamento firmado com a Caixa Econômica Federal, direcionado ao programa Pró-Saneamento (Modalidade Resíduos Sólidos). Já os 25 % a cargo do município foram utilizados para a compra da área ocupada pelo aterro. O licenciamento ambiental para operação do aterro já foi emitido pelo Instituto Ambiental do Paraná, portanto o local já está apto a receber os resíduos.
?Temos que deixar claro que o governo está sendo um braço facilitador para a implantação dos aterros. A destinação adequada do lixo é de responsabilidade dos municípios?, declarou Deitos.
Chorume
Deitos ainda destacou que o aterro sanitário implantado em Medianeira segue o princípio do Efluente Zero, em que todo o chorume gerado pelos resíduos é recirculado dentro do próprio aterro. ?O chorume circula pelas lagoas de tratamento e pela massa de resíduos. Bactérias fazem a decomposição da matéria orgânica, produzindo um subproduto do chorume, que não é tóxico?, explicou o presidente. Ele acrescentou que outros 17 aterros implantados no último ano também seguem este princípio.
A Suderhsa, por meio da Diretoria de Saneamento Ambiental, elaborou o projeto para construção do aterro e capacitou gestores municipais para operarem corretamente o aterro implantado. ?Isso porque muitos municípios tiveram seus aterros transformados em lixões devido à falta de pessoas capacitadas para trabalhar na sua operação?, comentou o presidente da Suderhsa.
A estimativa é de que o aterro tenha vida útil de, no mínimo, 20 anos, previsão que pode ser aumentada através da implantação da coleta seletiva e do trabalho de educação ambiental voltado à reciclagem dos resíduos ? ações estimuladas pela Secretaria do Meio Ambiente e executadas pelo município.
Coleta seletiva
?Estamos incentivando o trabalho baseado em cinco premissas: mudança de atitudes e hábitos de consumo, minimização da geração de resíduos, combate ao desperdício, incentivo à reutilização dos materiais e reaproveitamento de materiais através da reciclagem?, acrescentou o coordenador de resíduos sólidos da Secretaria, Laerty Dudas.
Dudas citou iniciativas desenvolvidas pelo governo paranaense, como a capacitação para coleta seletiva de mais de 25 mil pessoas em 336 municípios do Estado, distribuição de cartilhas que incentivam a reciclagem de 14 diferentes tipos de resíduos e os fóruns setoriais, que estimulam o reaproveitamento de materiais e a troca de experiências entre os grande geradores de lixo.
Segundo o coordenador, a reciclagem pode aumentar em 85% a vida útil de um aterro sanitário. Dados da organização não-governamental Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) indicam que o lixo domiciliar produzido é composto por 52,5 % de matéria orgânica (que poderia ser utilizada em um processo de compostagem para recondicionar o solo), 25% de papel, 3% de plástico, 3% de metal e 2% de vidro. ?Restam apenas 16% de materiais que realmente são lixo, ou seja, 86% do volume de lixo que um município gera poderia ser reaproveitado sem ser destinado ao aterro?, concluiu Dudas.