O esforço fiscal do governo no último ano do presidente Fernando Henrique Cardoso superou a meta acertada com o FMI (Fundo Monetário Internacional) em R$ 2 bilhões.

O superávit primário (receitas menos despesas sem incluir gastos com juros) obtido em 2002 chegou a R$ 52,364 bilhões. O resultado é o maior da história e equivalente a 4,06% do PIB (Produto Interno Bruto). A meta do FMI era de superávit de R$ 50,3 bilhões, ou 3,88% do PIB.

Segundo informações do Banco Central, em relação ao PIB o percentual alcançado é o mais elevado desde 1994.

Do total da economia gerada no ano, R$ 31,919 bilhões referem-se ao superávit primário do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência); R$ 10,598 bilhões ao resultado positivo dos governos regionais (Estados e municípios) e R$ 9,847 bilhões das empresas estatais (federais, estaduais e municipais).

Em 2001, o setor público consolidado conseguiu um superávit primário de R$ 43,655 bilhões, o equivalente a 3,70% do PIB.

Dívida

A dívida líquida do setor público atingiu R$ 881,108 bilhões, em dezembro de 2002, o equivalente a 55,9% do PIB.

Com esse resultado, o país ficou dentro do limite estabelecido na meta indicativa do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que previa que a dívida chegaria ao final de 2002 em até R$ 889,578 bilhões.

No ano, a dívida líquida do setor público apresentou um crescimento de 3,32 pontos percentuais do PIB em relação ao ano anterior, quando a dívida era de 52,6% do PIB.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, o crescimento da dívida líquida do setor público foi “relativamente pequeno” em 2002, já que a desvalorização cambial foi de 52,3% e a dívida cresceu apenas 3,32 pontos percentuais do PIB.
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