O secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, participou nesta terça-feira (25) em Paranavaí da 4ª Reunião de Pecuaristas de Corte. Entre os temas discutidos pelos participantes do evento estiveram a necessidade de abrir novos mercados para a carne produzida no Paraná e os fatores que interferem na sua comercialização. Pecuaristas e técnicos da Secretaria da Agricultura avaliaram a importância da rastreabilidade das propriedades rurais, dos animais e da organização do segmento.
Ribas lembrou que o Paraná possui características que contribuem para a conquistas de novos mercados. ?Destacamos pela qualidade do nosso produto, pela nossa produção a pasto, bem como pelo clima e solo favoráveis à atividade pecuária. Mas para que nosso produtor seja melhor sucedido é importante que haja uma maior união e organização dos criadores?, disse.
Para o engenheiro-agrônomo da Emater, Rubens Niederheitmann, o segmento ainda apresenta alguns problemas que precisam ser resolvidos para poder avançar. Segundo ele, o individualismo tradicional e o caráter extrativista histórico, encontrados na atividade, dificultam o desenvolvimento esperado. ?Além da falta de maior união entre os criadores, é preciso haver controle sobre o resultado do negócio. Este é o ponto de partida para qualquer negociação. O segmento ainda é marcado por interesses divergentes. Além disso, ainda há criadores que não vacinam seu rebanho devidamente?, afirmou.
Quanto à importância de vacinar o gado contra a febre aftosa, Ribas lembrou as iniciativas existentes no Paraná que asseguram uma defesa sanitária de qualidade. Para ele, o Paraná é um exemplo em sanidade animal. Ele ressaltou a existência do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), com suas 35 entidades, e do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado do Paraná (Fundepec) Agropecuário, além das ações desenvolvidas em defesa da sanidade.
?Esperamos ainda um avanço maior. Tanto que há dois anos e meio, encaminhamos ao Ministério da Agricultura uma proposta para o desenvolvimento do trabalho de defesa sanitária animal na região de fronteira com o Paraguai. Defendemos ações conjuntas num raio de 25 quilômetros de cada lado da fronteira, GPS para identificação das propriedades, controle dos animais por meio da utilização de brincos, vacinação assistida e a realização de seminários com finalidade educativa. Como a iniciativa envolveria dois países, aguardamos a iniciativa e o apoio do Ministério para dar início às ações?, afirmou.
O criador Lúcio Isfer lembrou a importância do segmento para e economia do Estado. ?Possuímos 10 milhões de cabeças. Destas, em torno de oito milhões são de corte. Só o nosso produto movimenta R$ 4 bilhões, sem contar o valor de toda a nossa estrutura. Ao todo, o nosso segmento representa R$ 30 bilhões?, informou.
Além da qualidade, Isfer também defendeu a necessidade de haver uma regularidade na oferta do produto e a importância da rastreabilidade. ?Ninguém vai comprar carne do Paraná, ou de qualquer outro lugar, se ela não estiver certificada. Por isso, é importante rastrear a nossa produção?, enfatizou.
Para a pecuarista Cláudia Dias Del Grossi, além de todos os investimentos que precisam ser feitos no segmento, é fundamental dar uma atenção especial ao criador. ?O pecuarista tem que assumir seus compromissos e ser menos individualista. Com uma maior união e organização, podermos crescer?, disse.