A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e a Agência de Promoção de Exportações e Investimento (Apex) vão investir juntas US$ 7,9 milhões na promoção da carne bovina brasileira no exterior, sob a marca Brazilian Beef. Para tanto, um novo convênio, válido até maio de 2008, foi assinado hoje entre as duas entidades.
Este tipo de iniciativa provou ser muito eficiente para aumentar as vendas do produto. O presidente da Apex, Juan Quirós, ressaltou que durante o primeiro convênio, entre abril de 2004 e dezembro de 2005, as exportações brasileiras de carne bovina dobraram de US$ 1,3 bilhão para US$ 2,6 bilhões.
Desta vez, as ações de promoção serão realizadas em três frentes. Na primeira as entidades vão combater o que chamam de concorrência desleal. "São barreiras tarifárias e não-tarifárias que prejudicam o comércio internacional", afirma Quirós. Entre tais obstáculos ele cita notícias como a veiculada recentemente na imprensa britânica dando conta que a pecuária devasta a floresta amazônica. "Queremos informar ao mundo o que estamos fazendo", diz.
Outra frente é a prospecção de novos mercados, com prioridade para o Oriente Médio, a Ásia e a África. Apesar do Brasil vender carne bovina para 176 países, as entidades consideram que ainda há bastante espaço para crescer em locais como China, Indonésia e Malásia na Ásia, e África do Sul e Marrocos na África. "Vendemos muito pouco nesses mercados", afirma Quirós.
Outra prioridade é a Rússia. Para este mercado em especial, a Apex/Abiec prepara a participação em uma feira mundial de alimentação, a World Food Moscow, no segundo semestre, e workshops na embaixada brasileira com degustação de carne bovina.
Por fim, a terceira frente é a distribuição. A Apex mantém convênios com várias redes de supermercados em várias partes do mundo para as quais pretende promover a carne brasileira.
De acordo com Marcus Vinícius Pratini de Moraes, presidente da Abiec, uma iniciativa que se mostrou muito eficaz, a realização de workshops em embaixadas brasileiras, será retomada. "Faremos churrascos em 11 embaixadas convidando autoridades sanitárias, distribuidores, importadores", diz. Participam do projeto 21 empresas associadas à Abiec.
Frango
O presidente da Apex disse também que, a exemplo da indústria de carne bovina, o segmento de frangos também se prepara para promover o produto brasileiro no exterior de forma mais agressiva. As negociações para um convênio já estão em fase adiantada com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef). "Este é o momento certo. Temos que mostrar que o frango brasileiro é de qualidade, que não temos gripe aviária, por exemplo", diz Quirós.
Baseado na experiência do selo Brazilian Beef, criado há dois anos para a promoção da carne bovina, a idéia é também criar uma marca para as exportações de frango, algo como Brazilian Chicken. A Apex não informa quanto será investido no projeto. "Ainda estamos levantando as ações e informações para fazer um orçamento", disse Quirós.