Está em fase final a licitação que permitirá ao governo federal comprar 27 caldeiras para distribuí-las a associações e entidades de produtores de plantas ornamentais, flores, do morango e outras hortaliças. Elas serão usadas no tratamento do solo, em substituição ao brometo de metila – gás altamente cancerígeno, listado entre as Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio no Protocolo de Montreal.
Essa é mais uma medida dentro do Plano Nacional de Eliminação do Brometo de Metila que, em julho de 2005, recebeu US$ 2 milhões do Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal para eliminar aproximadamente 230 toneladas da substância, ainda utilizada nessas culturas no Brasil. O brometo cria um vácuo biológico. Ele não elimina apenas insetos, fungos, bactérias e ervas daninhas, mas todo o ser vivo presente no solo.
A caldeira permite o preparo de substrato do solo em grande escala, sem o gás. Os microorganismos nocivos, os fitopatogênicos, que causam doenças nas plantas, não resistem a alta temperatura por vapor num tempo determinado. Assim, são produzidas mudas sadias, com manutenção da qualidade e quantidade da produção.
Um estudo do Ministério do Meio Ambiente revelou que os estados onde ainda há maior incidência do uso do gás na desinfecção do solo são Pernambuco e São Paulo. As 27 unidades serão distribuídas a partir de critérios estabelecidos na portaria 200 do Ministério do Meio Ambiente, publicada em 28 de junho deste ano no Diário Oficial da União.
Para atender à demanda de pequenos agricultores, o governo está analisando a possibilidade de distribuição de um equipamento mais simples, chamado coletor solar. Desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente e pelo Instituto Agronômico de Campinas (Divisão de Engenharia Agrícola), o coletor consiste em uma caixa de madeira com seis tubos metálicos e uma cobertura de plástico transparente, que permite a entrada dos raios solares.
Todo o esforço do projeto, feito em parceria com o Ministério da Agricultura, o Ibama, a Anvisa, a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério de Relações Exteriores e UNIDO (agência implementadora internacional), tem um objetivo claro: adaptar o país à legislação que determina a eliminação do uso de brometo de metila em sementeiras de hortaliças, flores e formicidas a partir de dezembro deste ano.