Definidas as eleições municipais, o Palácio do Planalto deve começar a articular a recomposição de sua base aliada no Congresso esta semana. As feridas causadas pelos embates nos municípios, principalmente entre o PT e os partidos aliados, devem tomar tempo do governo para serem cicatrizadas e podem adiar para o ano que vem a pauta de votações da chamada agenda microeconômica do governo.
O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, já deu sinais de que quer esticar os prazos da agenda parlamentar, prevendo que o principal projeto de seu interesse no Congresso, o que institui a parceria público-privada, só seja votado em março do ano que vem.
O projeto está parado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado por falta de acordo com o PSDB liderado pelo senador Tasso Jereissati (CE). Na realidade, Dirceu pode estar apenas reconhecendo o inevitável – a impossibilidade real de enfrentar a enxurrada de medidas provisórias que entulha a pauta da Câmara com uma base aliada ressentida e indisposta aos acordos para as votações a partir da semana que vem.
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