O Banco Central deveria elevar agora a taxa básica de juros da economia (Selic) para segurar a inflação e evitar um aumento muito maior no futuro. Esta é a opinião do economista Carlos Eduardo Soares, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP).
O economista teme que o crescimento do Produto Interno Bruto, divulgado pelo IBGE ? de 4,2% no acumulado do semestre e de 5,7% no trimestre de maio a julho – seja resultado de um aumento de demanda sem a contrapartida de investimentos. Os números revelam aumento no consumo das famílias. ?A expansão da moeda na economia está crescendo muito. As vendas estão crescendo mais rapidamente que a produção. Isto é uma luz amarela que indica que o crescimento pode ser resultado da alta da demanda?, explica. ?Se a taxa de juros cair e aumentar a demanda sem aumento de produção, o crescimento não se sustenta. É preciso uma base de oferta?, afirma.
No entanto, as contas nacionais trimestrais mostram que a formação de capital cresceu 1,5% de maio a julho em relação ao trimestre anterior ? mesma alta do PIB. ?Os investimentos cresceram na mesma proporção do PIB e deveriam crescer mais rapidamente para não haver necessidade de alta de juros. A expectativa de inflação já subiu e isto preocupa?, afirma Soares.
Ele acredita que é hora de uma pequena elevação na taxa básica de juros. ?O Banco Central não pode deixar a inflação subir. Se chegar a 9%, serão necessários juros muito mais amargos. É melhor matar o mal pela raiz, elevar a taxa básica de juros em meio ponto percentual para frear a inflação agora e, assim, evitar um ajuste maior no futuro?.

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