Governo deve adiar a primeira transmissão da TV Digital

O governo passou a trabalhar com a data de 7 de setembro deste ano para a realização da primeira transmissão comercial de TV digital no Brasil. Com isso, as discussões sobre a definição da tecnologia que será adotada pelo País devem se arrastar ao longo do primeiro semestre deste ano, como defendem parlamentares e os ministros da Ciência e Tecnologia, Sérgio Resende, das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.

Os ministros, coordenados pela ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, estão trabalhando com a data, sugerida pelo presidente Lula, que considera 7 de setembro um dia emblemático, e não concordam com a posição do ministro das Comunicações, Hélio Costa, que tem insistido na data de 10 de fevereiro para que o governo defina qual padrão de TV digital será adotado no país, entre os modelos americano, japonês e europeu. De olho no calendário eleitoral, Costa quer deixar o Ministério em abril, para disputar o governo de Minas Gerais, com uma definição do padrão digital a ser adotado pelo Brasil.

Hélio Costa estará amanhã (31) na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados para discutir o assunto. Os deputados querem modificar o calendário traçado pelo governo e adiar a escolha, de fevereiro para junho. Também está previsto que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúna-se com vários ministros para retomar o debate.

Nos bastidores, fontes dizem que Costa é favorável ao modelo japonês, também defendido pela Rede Globo. No entanto, essas mesmas fontes garantem que não existe ainda uma posição de governo sobre nenhum dos modelos em análise. A tendência é que, num primeiro momento, um dos padrões seja descartado e as discussões girem em torno de dois modelos. Costa chegou a sinalizar dias atrás que o modelo americano poderia ser excluído por questões técnicas mas acabou voltando atrás.

Os detentores dos três padrões já estão se mobilizando para negociar com o governo brasileiro eventuais contrapartidas como a transferência de tecnologia ou financiamento para implementar o novo padrão no Brasil. Fontes do governo garantem que neste momento não há negociação para incluir nas contrapartidas a abertura de mercado para outros produtos exportados pelo Brasil. No entanto, não descartam a possibilidade dessa negociação comercial vir a ocorrer.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo