O governo do Tocantins decidiu recontratar 35 dos 96 médicos cubanos que trabalhavam no Programa Saúde da Família (PSF) do Estado e tiveram os contratos rescindidos depois de uma decisão judicial que os impedia de de trabalhar no Brasil. Uma nova decisão, do Tribunal Regional Federal da 1ª região, em Brasília, no dia em que 61 dos médicos foram levados de volta a Cuba, revogou a proibição.
Na última quarta-feira, o governo de Tocantins editou uma nota confirmando a decisão de recontratar os médicos, já que a Justiça o permitia. Os cubanos voltam ao PSF e trabalharão em 32 municípios do interior, recebendo salários de R$ 4,5 mil.
De acordo com o governo do Estado, a Secretaria de Saúde já nomeou 191 médicos brasileiros aprovados em concurso, mas ainda encontra dificuldades em levá-los para trabalhar em cidades pequenas, de até 4 mil habitantes, daí a importância de recontratar os cubanos. Ainda assim, de acordo com informações do "Jornal do Tocantins", 29 municípios que somam 270 mil habitantes ainda estão sem médicos depois da partida dos demais cubanos.
O problema começou há cerca de 15 dias, quando uma decisão da Justiça de Tocantins proibiu de trabalhar os 96 médicos cubanos contratados pelo governo de Tocantins porque eles não tinham revalidado os seus diplomas no Brasil. A decisão irritou o presidente cubano, Fidel Castro, que mandou um avião especialmente para buscar 61 médicos, que foram levados de volta para Havana. Outros 35 decidiram ficar, apesar dos contratos terão sido rescindidos, já que o governo do Estado teria de pagar R$ 96 mil de multa diária se eles continuassem trabalhando.
No mesmo dia em que os médicos embarcaram de volta para Cuba, o TRF-1 suspendeu a decisão, depois de uma ação da Procuradoria-Geral da República, sob a alegação de que seria pior deixar a população sem assistência. No entanto, a decisão chegou tarde demais para a maior parte dos médicos.
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