A exemplo do que foi feito com a TV digital, o Ministério das Comunicações criou hoje o Conselho Consultivo do Rádio Digital, que vai elaborar o planejamento de implantação do rádio digital no País. O conselho, criado por portaria publicada hoje no Diário Oficial da União, terá 26 integrantes, e será coordenado pelo Ministério das Comunicações, que também dará o apoio técnico e administrativo às atividades do grupo.
Pela portaria, o conselho apresentará ao ministro Hélio Costa, no prazo de seis meses, um relatório com as recomendações de regras para o rádio digital brasileiro. O conselho será formado por representantes dos Ministérios das Comunicações, da Casa Civil, da Cultura, da Educação, da Ciência e Tecnologia e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Também haverá representantes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), das emissoras de rádio, da indústria, das universidades, de centros de pesquisa e dos usuários.
O governo brasileiro também terá que fazer a escolha do padrão digital que será implantado no País. A preferência das emissoras é pelo sistema americano In-Band On-Channel (I-BOC), com o argumento de que este é o único padrão que permite transmissão simultânea das ondas de rádio analógicas e digitais. Isso possibilitaria a convivência, por tempo indeterminado, dos atuais aparelhos com novos rádios digitais.
Existem no País 200 milhões de rádios, entre aparelhos portáteis fixos e instalados em carros, por exemplo. Com a implantação do rádio digital, haverá necessidade de troca nas antenas e transmissores das cerca de 4 mil emissoras de rádios comerciais e educativas.
O principal ganho com o rádio digital será a melhoria na qualidade do som. A rádio AM ficará parecida com a atual FM, mas manterá o longo alcance, e a rádio FM terá um som igual ao de um CD. Algumas emissoras estão fazendo testes com os sistemas americano e europeu (Digital Radio Mondiale – DRM). Existem também os sistemas japonês e coreano, que não estão sob análise no Brasil.