Brasília, 09 (AE) – Com dificuldades em sua própria base política, o governo está trabalhando para minar o apoio de senadores da oposição à proposta do salário mínimo de R$ 275,00, que será defendida pelo senador Cesar Borges (PFL-BA) em substitutivo à medida provisória (MP) fixando o valor em R$ 260 00. O principal alvo do governo é o PFL que, inclusive, fechou questão em favor dos R$ 275,00.
Os aliados do Planalto esperam contar com a colaboração de até quatro pefelistas. Entre eles, estão a senadora Roseana Sarney ( MA) e os senadores Edison Lobão (MA) e Jonas Pinheiro (MT). Para escaparem de punições do PFL e nem contabilizarem votos contrários ao governo, os senadores pefelistas se ausentariam do plenário na hora da votação. Lobão negou hoje que adotará esse comportamento, prometendo seguir a orientação partidária. O senador Jonas Pinheiro, por sua vez, foi recebido pelo ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, que intensificou sua atuação para garantir a vitória do governo.
Os tucanos também são alvos do governo, que deseja repetir a mesma estratégia no PSDB para evitar que, pelo menos dois senadores, votem contra a MP do mínimo. No PT, com exceção do senador Paulo Paim (RS), que tem uma posição histórica em favor do aumento do salário mínimo, os governistas não vêem justificativa para os votos contrários do senador Flávio Arns (PT-PR) e da senadora Serys Slhessarenko (MT).
Com o objetivo de “despolitizar” a discussão do assunto, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), está organizando para a próxima terça-feira (15) – mesmo dia em que a MP do mínimo tranca a pauta do plenário do Senado – uma reunião com senadores, até mesmo de oposição, para debater uma política de recuperação permanente do poder de compra do salário. Será convidado um assessor do Ministério da Fazenda, provavelmente Marcos Lisboa.
Renan Calheiros assumiu, juntamente com o líder do governo no Congresso, Fernando Bezerra (PTB-RN), a linha de frente das articulações pró-mínimo de R$ 260,00. A atuação do líder do PMDB em favor do Planalto teria forçado o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a agir nos bastidores. “Sarney estava fazendo corpo mole e com o trabalho de Renan ele agora resolveu se mexer”, observou um senador, numa alusão à disputa dos dois pelo comando do Senado em 2005.
Governo busca apoio da oposição para aprovar proposta do mínimo
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