Num rompimento com seu mais próximo aliado, o governo britânico parou de usar a frase "guerra ao terror", disse uma ministra do gabinete em um discurso nesta segunda. A secretária de Desenvolvimento Internacional, Hilary Benn, uma estrela em ascensão do Partido Trabalhista, escreveu – em um discurso preparado para ser proferido em Nova York – que a expressão popularizada pelo presidente dos EUA, George W. Bush, depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, dá força aos terroristas ao inseri-los em um conflito maior.
Partes do discurso de Benn foram divulgados por seu escritório no Centro de Cooperação Internacional da Universidade de Nova York. "Nós não usamos a frase ‘guerra ao terror’ porque não podemos vencer apenas por meios militares e porque não estamos lutando contra um inimigo organizado com uma clara identidade e uma série de objetivos coerentes," disse Benn.
"É a vasta maioria das pessoas do mundo – de todas as nacionalidades e fés – que está contra um pequeno número de perdedores, inconstantes e diferentes grupos, que têm poucas identificações uns com os outros, exceto a sua visão distorcida do mundo e a idéia de fazer parte de algo maior." Segundo ela, o que os grupos pretendem é "forçar seus valores individuais e estreitos sobre os outros sem diálogo, sem debate, com violência. E ao deixar que eles se sintam parte de algo maior, nós lhes damos força.