O Ministério do Interior do Reino Unido informou na tarde de hoje (28) que o brasileiro Jean Charles de Menezes, morto pela polícia na sexta-feira passada, estava havia dois anos em situação irregular no país.
Segundo o ministério, Menezes chegou no Reino Unido no dia 13 de março de 2002 e recebeu um visto válido por seis meses. Durante esse período ele solicitou permissão para permanecer no país como estudante.
Esse pedido foi aprovado em 31 de outubro de 2002 e ele ganhou um visto válido até 30 de junho de 2003. Desde então, o governo britânico não tem nenhum registro de pedido de extensão de visto da parte do brasileiro.
O ministério disse que examinou uma cópia do passaporte de Menezes contendo um carimbo que aparentemente concedia a ele permissão para ficar no país por tempo indefindo.
"Na investigação, esse carimbo não foi o que era usado pelo Departamento de Nacionalidade e Imigração naquela precisa data", disse a nota oficial do ministério.
Uma porta-voz do ministério não quis dar mais informações sobre o caso, mas reafirmou que a situação de Menezes era ilegal no país. A nota não afirma taxativamente, mas sinaliza que o visto permanente do brasileiro havia sido falsificado.
Familiares de Menezes garantiam que Menezes era legal no país pois tinham visto esse carimbo no passaporte. O consulado brasileiro havia sido inicialmente informado pelas autoridades britânicas que a situação dele era legal no pais.
O fato de Menezes ser ilegal poderia explicar porque ele teria eventualmente corrido ao ser abordado por policiais na estação de metrô de Stockwell.
Mas essa versão policial de que ele teria corrido ainda não foi confirmada por uma investigação independente que avalia o comportamento policial e também é disputada por policiais.