Governo brasileiro pede a extradição dos líderes da Renascer

O governo brasileiro entregou hoje ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos o pedido de prisão, para fins de extradição, do casal de fundadores da igreja evangélica Renascer, a bispa Sônia Hernandes e o apóstolo Estevam. Presos há duas semanas, quando tentavam entrar nos EUA com US$ 56 mil não declarados, os dois estão atualmente em liberdade condicional em Miami.

Os pedidos de prisão e extradição foram assinados pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, com base no tratado de cooperação jurídica entre os dois países e entregues por representantes do Ministério das Relações Exteriores brasileiro. A Justiça americana vai decidir se os mantém nessa condição, monitorados com braceletes dotados de localizador GPS, ou se os manda de volta à prisão até o dia da extradição.

Acusados pelo Ministério Público de estelionato contra fiéis, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, Sônia e Estevam estão com prisão preventiva decretada pela Justiça de São Paulo. Na tentativa de escapar do processo, eles tentaram se fixar nos Estados Unidos, onde têm residência, mas foram detidos pela alfândega no dia 9 de janeiro passado, de posse de dinheiro não declarado escondidos na bagagem e até na bíblia.

Se todo o processo correr sem embaraços, o casal deve ser extraditado e entregue à justiça brasileira em 60 dias, como prevê o tratado de cooperação entre os dois países, em vigor desde 1961. A cooperação já foi acionada várias vezes com êxito tanto pelo Brasil como pelos EUA.

A defesa dos religiosos nega as acusações e alega que eles não podem ser extraditados porque o tratado de cooperação entre os dois países não prevê a hipótese de extradição em processos por crime de lavagem de dinheiro. O advogado Luiz Flávio D’Urso, que defende o casal, vai pedir a anulação da extradição tanto justiça brasileira como na americana.

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