Brasília ? A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) considera que o governo brasileiro subestimou a possibilidade do presidente boliviano Evo Morales decretar a nacionalização das reservas de petróleo e gás. "Analistas internacionais e a própria mídia brasileira já vinham alertando para o desfecho ontem consumado, que os condutores de nossa política externa, no entanto, subestimaram", afirma a nota, assinada pelo presidente da OAB, Roberto Busato. Na nota, o presidente da OAB diz que agora "espera-se que os condutores de nossa política externa estejam à altura das responsabilidades de defender os legítimos interesses do povo brasileiro".
Busato defende a revisão da política externa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O entusiasmo demonstrado pelo governo brasileiro com o movimento bolivarista, que tem no presidente da Venezuela, Hugo Chavez, voz pioneira, precisa ser reavaliado. Seus líderes, como ficou claro, não nos incluem entre seus aliados".
O presidente da OAB denomina de traição a postura do presidente boliviano. "O presidente Lula foi mais uma vez traído por aliados ? desta vez ? aliados continentais. E quem em tais circunstâncias trai o presidente da República trai a nação que ele preside".
