O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse hoje que o governo apresentou a todos os empresários estrangeiros com quem tem discutido a escolha do padrão de TV digital para o País, a proposta de uma parceria para instalação no Brasil de uma fábrica de semicondutores. Costa negou que isso seja uma imposição do Brasil ou que seja uma contrapartida à discussão que envolve a escolha do modelo de TV digital.
O governo federal estuda três padrões – o americano, o japonês e o europeu – e fixou até o próximo dia 10 o limite para os ministérios envolvidos na análise das vantagens e desvantagens de cada um deles apresentem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva suas avaliações.
"A definição do modelo vai sair na data prevista, pelo menos é a informação que tenho do presidente da República", afirmou Costa, ao ser questionado se a data de 10 de março não será prorrogada, já que o presidente Lula embarcou para Londres ontem e só retornará ao Brasil na quinta-feira.
A proposta de instalação da fábrica de semicondutores foi feita na última sexta-feira aos fabricantes japoneses de televisores. Hoje, o ministro disse que, além dos japoneses, também europeus foram consultados. "Mas, infelizmente, não tivemos nenhuma luz dos europeus sobre as negociações", afirmou Costa.
Produção
Segundo o ministro, a intenção é fazer uma joint venture (parceria) para implantação da fábrica e, com isso, tornar o Brasil um produtor, e não apenas um montador de aparelhos de televisão.
Para Costa, esse seria um passo importante para que o País despertasse o interesse das grandes indústrias do setor de telecomunicações em fixar aqui novos investimentos. Ele definiu a reunião da última sexta-feira como muito interessante. Do encontro, participaram, além de representantes do governo japonês, executivos da Panasonic, Toshiba, Sony e NEC.
O ministro das Comunicações da Argentina, Guillermo Moreno, se reunirá amanhã (7), no Palácio do Planalto, com os integrantes do Comitê Consultivo da TV digital. A reunião, segundo Costa, foi pedida pelo ministro argentino e não deverá ser decisiva, mas servirá para ouvir o que o parceiro do Brasil no Mercosul tem a colocar sobre o assunto.
