O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos Luiz Eduardo Cheida esteve nesta quarta-feira (01) em Ponta Grossa participando do Simpósio Paranaense de Créditos de Carbono. Durante a abertura Cheida falou sobre os projetos que vem sendo desenvolvidos pelo Governo do Estado para que os produtores possam aumentar a renda com a venda de créditos de carbono.
Dentro do Programa Mata Ciliar, por exemplo, que prevê o plantio de 90 milhões de árvores nas margens de rios e bacias hidrográficas paranaenses, pode beneficiar Estado e produtores. Mais de 20 milhões de mudas já foram plantados desde o início do programa, em novembro de 2003. ?Cada hectare de floresta plantado com mata ciliar poderá vir a remunerar o produtor que o fizer?, exemplificou o secretário.
Segundo o secretário, além de trazer renda, a preservação da mata ciliar poderá servir de incentivo e perder o caráter de ?obstáculo? que muitas vezes adquire junto aos produtores. ?Estamos mostrando que a preservação pode ser incorporada na economia das propriedades através do mercado de carbono?, disse Cheida.
Já no setor da suinocultura a Secretaria do Meio Ambiente está desenvolvendo um projeto que poderá aumentar em R$ 500,00/mês a renda de pequenos produtores de suínos e ainda inseri-los no mercado mundial de créditos de carbono.
A proposta surgiu através do Programa Nacional do Meio Ambiente II, desenvolvido pela Secretaria, na região Oeste do Estado – bacia do Rio Toledo – envolvendo 34 pequenos criadores de porcos (produções com até 300 animais).
O projeto-piloto avalia a produção de gás metano através da decomposição dos dejetos de suínos e propõe a criação de uma rede coletiva de captação e tratamento de dejetos. Após o tratamento do material decomposto é realizada a queima do gás metano. ?A queima do gás metano reduz a emissão de gás carbônico na atmosfera – gás que mais contribui para o aquecimento global – e poderá ser comercializada no mercado de créditos de carbono?, explicou o secretário.
O Protocolo de Kyoto estabelece aos países desenvolvidos metas de redução para emissão de gases que geram o efeito estufa, entre eles o metano. Assim, por meio do mecanismo de desenvolvimento limpo, países em desenvolvimento como o Brasil poderão negociar Reduções Certificadas de Emissões.