Governo anuncia hoje plano para safra de R$ 50 bilhões

Para acalmar os ânimos dos produtores rurais e evitar uma forte redução na área plantada na próxima safra, o governo anuncia hoje um plano que contará com R$ 50 bilhões. Até o final da noite de ontem, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e os ministros da área econômica tentavam, no Palácio do Planalto, acertar os últimos detalhes do plano

Para deixar claro que o governo tem conhecimento da crise que atinge a agricultura – só os produtores perderam R$ 30 bilhões nos últimos dois anos -, Rodrigues e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciarão o plano de safra e um pacote de medidas estruturais para o agronegócio em cerimônia marcada para as 14h30, no Palácio do Planalto. Na atual safra, o governo disponibilizou R$ 44,35 bilhões ao setor

A grande dúvida dos agricultores é saber qual será a taxa de juro para os empréstimos. Na atual safra, 2005/06, o menor encargo financeiro pago pelos médios e grandes produtores nas linhas disponibilizadas pelo governo foi de 8,75% ao ano. Mas, ontem, o governo anunciou que vai reformular o Moderfrota – programa lançado em 2000 para financiar a frota agrícola do País

Em relação às medidas estruturais, o pacote começou a tomar forma ontem. Decreto publicado no Diário Oficial da União corrigiu os porcentuais de subvenção ao prêmio, o valor pago pelo governo para que os produtores façam o seguro rural. Esse era um dos pedidos dos governadores ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada

Mesmo com mudanças, o orçamento do ministério destinado ao pagamento da subvenção ao prêmio foi mantido em R$ 45 milhões para 2006. Os produtores também queriam a ampliação do valor. "Há disposição do governo em ampliar o orçamento desde que haja demanda para o que está disponível", afirmou um técnico

Rodrigues garantiu que serão renegociadas as dívidas dos produtores rurais. A medida beneficiará agricultores que pagaram débitos até dezembro de 2004, informou o deputado Abelardo Lupion (PFL-PR) que preside a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. A idéia é prorrogar o débito para o ano posterior ao prazo de vencimento dos contratos. "Esta medida não ajuda o setor. 70% do endividamento dos produtores não está nos bancos, mas com fornecedores privados", disse Lupion.

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