Governo amplia base aliada com ajuda do Partido da República

A base formal de partidos aliados do governo engordou em 41 deputados de outubro até agora. A oposição, por sua vez, definhou de 180 para 133 parlamentares, com uma perda de 47 integrantes na Câmara. Este é o resultado contábil da estratégia governista de anabolizar o PR, roubando parlamentares do PFL, e do ingresso do PDT na base. Os dados foram contabilizados pela consultoria Arko Advice e complementados pelo jornal O Estado de S. Paulo com base nos dados divulgados pela Câmara.

Esse aumento da base não significa que o Palácio do Planalto terá vida fácil para aprovar reformas complicadas, como as da Previdência ou trabalhista, se desejar. A infidelidade dos aliados costuma ser proporcional à controvérsia que dado tema provoca – e as reformas costumam ser muito polêmicas. Já houve votação em que a situação confortável do governo ficou clara. Ao enterrar a CPI do Apagão Aéreo, na semana passada, o governo contabilizou 308 votos a favor e 141 contra. Em junho de 2004, quando o PFL propôs que o salário mínimo passasse para R$ 260, contra os R$ 240 fixados pelo governo, a base aliada derrubou a proposta com 272 votos. Comparando-se as duas votações, o governo ganhou mais 36 votos fiéis e os partidos oposicionistas – em especial PSDB e PFL – perderam 31 votos.

Outro exemplo: em maio de 2003, quando foi votado o primeiro aumento do salário mínimo do governo petista, a base aliada recém-eleita conseguiu amealhar 278 votos para fixar o mínimo em R$ 240. A oposição, que seguiu a emenda apresentada pelo PSDB sugerindo um mínimo de R$ 252, somou 156 votos. Nesse caso, a contabilidade mostra que em comparação à votação da CPI do Apagão, o governo tem 30 votos a mais agora e a oposição, 15 a menos.

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