Governo alerta para manobra contra a soja do Paraná

A tentativa de privatização do Porto de Paranaguá, camuflada na iniciativa de alguns deputados para tirar do governo do Estado a gestão do terminal, é uma manobra que busca a liberação de exportação de soja transgênica. A avaliação é do governo do Estado, que vai continuar lutando para que os produtores de soja convencional tenham a vantagem de exportar seus produtos para os grandes mercados.

Para o governador Roberto Requião, caso a manobra seja aprovada no Senado, os principais beneficiados serão os exportadores norte-americanos e de grandes empresas multinacionais que dominam o mercado mundial de commodities. É que o Porto de Paranaguá perderia seu referencial de só permitir embarques de soja convencional.

O governador Roberto Requião ressalta: ?Com a contaminação de suas instalações pelos grãos transgênicos, os importadores não teriam a garantia de estar adquirindo soja convencional. Esse quadro, se for configurado, acarretaria prejuízos incalculáveis para os produtores paranaenses de soja que, em quase sua totalidade (98%), cultivam e exportam o produto não-transgênico.?

O governador destaca que ?as grandes coorporações internacionais aliaram-se a grupos paranaenses, com o apoio indefensável e estranho de alguns políticos ligados aos megaempresários do agronegócio, para abrir caminho para a produção transgênica, estratégia desenvolvida pelas multicionais de sementes, lideradas pela Monsanto".

Requião afirma que "a segregação de soja transgênica mantida pelo Porto de Paranguá assegura aos produtores paranaenses condições de competir no mercado internacional, atendendo as demandas de países que rejeitam produtos geneticamente modificados."

Segundo o governador "com a eventual perda do diferencial – embarcando apenas soja convencional – o Paraná não teria condições de competir com os exportadores norte-americanos de soja transgênica. No Brasil, o grão viaja mais de mil quilômetros em rodovias, do interior até chegar ao porto, enquanto que nos Estados Unidos o transporte é feito por via fluvial, de menor custo, o que reflete no preço final do produto para exportação.E os portos dos EUA estão mais próximos dos mercados asiático e europeu."

Dezenas de empresas exportadoras, cooperativas e processadoras de soja do Paraná estão mantendo e ampliando suas vendas externas porque podem garantir que seu produto não é transgênico. A perda deste diferencial refletiria no volume de exportações, acarretando um cenário de crise para a agricultura e a economia
do Estado.

O Paraná tem cerca de 116 mil produtores de soja, dos quais cerca de 98% rejeitam a produção de grãos transgênicos. A opção pela soja convencional é motivada pela maior rentabilidade e pela preferência dos importadores.

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