Governistas confiam em derrubar o relatório da CPI

Depois da leitura do relatório da CPI dos Bingos, o senador Agripino Maia (PFL-RN) pediu a palavra e comentou, em tom irônico, o "congraçamento do PT". De fato, os governistas da comissão cumpriram a tarefa de protestar contra o texto final, mas estavam tranqüilos. Estão certos de que terão votos para derrubar o relatório de Garibaldi Alves (PMDB-RN). No lugar, pretendem aprovar voto em separado do senador Magno Malta (PL-ES), que vai retirar tudo o que não tenha ligação direta com bingos e jogos. Isso significa cancelar o pedido de indiciamento de 24 pessoas

O parlamentar excluirá a parte sobre desvios de dinheiro de prefeituras petistas para abastecer campanhas do partido, o caso da morte do prefeito de Santo André Celso Daniel e as explicações do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, que diz ter pago do próprio bolso dívidas do presidente Lula e de sua filha Lurian

Até a oposição reconhece a dificuldade de aprovar o parecer de Garibaldi. Durante toda a CPI, a margem foi apertada para um lado e para outro. Com o apoio do PTB, que antes votava com a oposição, o governo acredita ter garantido a vitória

Enquanto a situação reclamou da inclusão do ex-ministro Antonio Palocci e de Okamotto entre os pedidos de indiciamento, a oposição protestou contra a retirada dos nomes do ex-ministro-chefe da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu (PT-SP) e do chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho

Se o documento for mesmo rejeitado, os oposicionistas votarão, embora sem maioria, a favor do voto em separado do tucano Álvaro Dias (PR), que apresenta versão ainda mais rigorosa, pedindo o indiciamento de Dirceu e Carvalho. Dias quer ainda que o presidente seja investigado pelo Ministério Público, pois "há elementos de que Lula sabia do esquema em Santo André (desvio de verbas)". Os dois votos em separado vão excluir a proposta de regulamentação dos bingos

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