Brasília – Governadores de diversos estados brasileiros foram nesta terça-feira (22) ao Congresso Nacional para reivindicar mudanças na Medida Provisória 339/06, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). A MP está sendo votada nesta terça-feira pelo Senado Federal.

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Eles querem que os 20% aplicados pelos estados no fundo sejam abatidos do pagamento da dívida com a União. Até ano passado, essa parcela era de 15%. A aplicação do novo percentual não foi aprovada na Câmara dos Deputados.

A principal queixa dos governadores é a pouca contribuição da União para a formação do fundo. Segundo eles, enquanto os estados aplicariam R$ 32 bilhões e os municípios, R$ 14 bilhões, o governo federal aplicaria R$ 1,8 bilhão.

Para o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o Fundeb é um avanço para o país, embora precise de mudanças para ser mais justo.

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Antes das reuniões no Congresso Nacional, os governadores se encontraram na casa do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. ?É importante que os estados que contribuam com a maior parcela tenham também o maior pedaço da divisão?.

O governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, disse que o cálculo estabelecido no Fundeb é indevido. ?Não é justo que os estados continuem pagando a sua dívida em torno de um recurso que não estará mais disponível?.

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Outro assunto debatido pelos governadores foi a possibilidade de o governo federal repartir os recursos da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) com os estados e municípios, caso a vigência da alíquota seja prorrogada. Eles querem que 20% do valor arrecadado fique com os estados e 10% com os municípios. E ressaltam que a verba só poderia ser aplicada na saúde.

?Queremos refundar a federação no Brasil. Se permitirmos que fique como está, daqui a pouco vamos todos estar vivendo em um estado unitário, e os governadores vão entregar as chaves dos cofres de seus estados para que a União os gerencie, já que está com quase 70% de tudo que é arrecadado no país sob sua responsabilidade?, afirmou Aécio Neves.

Em relação à possibilidade de o governo federal aumentar o limite de endividamento dos estados, os governadores informaram que ainda não tiveram retorno desde a reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março.

Também estiveram presentes no encontro os governadores do Amazonas, Eduardo Braga; do Amapá, Waldez Góes; de Pernambuco, Eduardo Campos, e do Tocantins, Marcelo Miranda, além dos vice-governadores de Goiás, Ademir Menezes, e de Roraima, José Anchieta. Os estados de Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Sergipe enviaram outros representantes.