O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), voltou a falar no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) durante entrevista exibida ontem no ‘Jornal das Dez’, da Globo News. Ele insistiu na reclamação de que o governo federal deveria ter ouvido os Estados antes do pacote e adiantou que os governadores estão preparando uma agenda própria. "Os governadores estão se comunicando regionalmente e, já na semana que vem, haverá uma reunião na qual queremos fazer uma compilação dessas demandas", frisou o tucano. "Para, quem sabe, construir uma agenda que permita aos Estados participar do projeto de crescimento do País.
Um dos nomes cotados para disputar a Presidência em 2010, Aécio disse que faltou uma consulta prévia aos governadores. "Nós vivemos numa federação e não e um Estado unitário", ponderou o governador mineiro. Ele explicou que é preciso se buscar uma complementaridade de investimentos entre as prioridades dos Estados, muitas já em execução, e aquelas do governo federal.
Pontos positivos
O tucano ressalvou que, mesmo sendo governador de oposição, acredita que deva haver uma parceria com o governo federal quando o assunto for crescimento e melhoria da qualidade de vida da população. E citou alguns pontos que considera positivos no pacote, como a disposição de mobilizar o setor privado para investir, a ampliação do prazo de financiamento dos investimentos em energia elétrica, a medida provisória dos semicondutores e os investimentos em habitação e saneamento. "Porém, sem que haja ainda uma clareza maior sobre como serão feitos", ressalvou.
Desonerações
Aécio observou ainda que é necessário discutir com profundidade o impacto das desonerações de impostos nas receitas estaduais. "Não é nem o caso de Minas, mas dos Estados que têm na sua receita uma grande parcela do Fundo de Participação, que teriam perdas expressivas e dificuldades de adequar os seus orçamentos a essas quedas de receitas", comentou. "Faltou talvez um pouco de desprendimento para ouvir os Estados e adequar as prioridades de ambos. Isso seria muito mais racional e muito mais efetivo para o Brasil.