Governadores devem discutir recuperação de rodovias nesta quinzena

Brasília ? O plano do governo federal, de propor um acordo aos governadores de 15 estados contemplados pela Medida Provisória (MP) 82 para recuperar as rodovias federais, poderá encontrar um obstáculo: a falta de previsão orçamentária desses estados para a adesão ao acordo. A MP, editada em 2002, transfere a responsabilidade da manutenção dessas estradas para os governos estaduais.

Na última sexta-feira (30), o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, informou que a idéia do governo federal é reassumir temporariamente o controle sobre essas rodovias para primeiro recuperá-las e depois devolvê-las aos estados. Para isso, deverá ser investido R$ 1,8 bilhão, com contrapartida dos estados. Segundo o ministro, a proposta será apresentada aos governadores pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinzena. O ministro não adiantou com que parcela cada estado beneficiado com o acordo deverá contribuir.

O secretário dos Transportes do Rio Grande do Sul, Alexandre Postal, disse que a medida de recuperação foi anunciada no final de 2005, quando o orçamento do estado já estava fechado. "Hoje o estado não tem dinheiro para investir, no caso de aderir ao plano. Para isso, tem que haver o remanejamento de algum recurso, que até agora não temos, até porque isso foi na última semana e o orçamento foi votado em novembro", afirmou, em entrevista à Agência Brasil.

Postal disse ainda que antes de aderir ao acordo, o Rio Grande do Sul precisa saber os termos da proposta. "Esperamos a posição oficial do governo e estamos ansiosos esperando a reunião do presidente Lula com os governadores. Em cima disso é que vamos ter uma posição", acrescentou.

No entendimento do secretário, além do detalhamento do acordo, é preciso definir se a responsabilidade sobre as rodovias cabe aos estados ou à União. Na opinião de Postal, não houve estadualização de estradas, uma vez que a MP, ao ser encaminhada ao Congresso Nacional, sofreu alteração. Em 2003, ao retornar para a presidência, a proposta foi vetada pelo presidente Lula.

"Essas rodovias são do governo federal, elas não foram nunca transferidas por completo para o estado. Queremos uma recuperação tanto da rodovia como da sinalização vertical e horizontal, para que possamos dar uma trafegabilidade boa para toda a população".

O secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Transportes de Minas Gerais, Fernando Antônio Jannott, tem a mesma opinião. "A medida provisória foi vetada, então entendemos que não foi estadualizada. Da nossa parte, as rodovias são federais e a obrigação de recuperar é do governo federal", disse.

A assessoria de imprensa da Casa Civil explica que, de acordo com a Constituição, durante a vigência da MP, todos os atos praticados são considerados "atos jurídicos perfeitos", mesmo que ela seja posteriormente derrubada.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo