O governador Roberto Requião recebeu, nesta segunda-feira, a visita do embaixador da França, Jean de Gliniasty. O encontro foi oportunidade para o embaixador saber detalhes sobre anulação do pacto de acionistas celebrado entre o Governo do Estado e o consórcio Dominó, que tem participação do grupo francês Vivendi ? atual Sanedo.
Requião ressaltou que as diretrizes do acordo celebrado pelo governo anterior e anulado por ele não priorizava o interesse público, mas tinha como objetivo a “maximização dos lucros” da companhia. O governador ainda enumerou uma série de irregularidades que marcaram o pacto de acionistas, como retirar do Governo o controle da empresa – mesmo com o Estado figurando como sócio majoritário ? e depender da concordância dos sócios para qualquer ação efetiva, embora o Governo indicasse cinco dos nove membros do conselho de administração.
“Deveremos investir R$ 1,7 bilhão em saneamento e ainda temos que receber da empresa R$ 400 milhões enquanto que o parceiro privado não investe nada”, explicou o governador ao destacar o plano de obras anunciado em junho pela Sanepar, que prevê investimento de R$ 1,75 bilhão para financiar 660 empreendimentos em todo Estado até 2006. Requião salientou ainda, que o acordo não permitiria o crescimento da empresa. “Estamos moralizando a relação com nossos parceiros, o que é bom para o Paraná, para o Brasil e para a França”, afirmou.
O governador lembrou que mantém bom diálogo com representantes franceses no grupo que reúne ainda a construtora Andrade Gutierrez, o Banco Opportunity e a Copel Paritipações e reafirmou que o Estado está aberto aos investimentos de grupos multinacionais “desde que estejam de acordo com legislação fixa de benefícios fiscais, que vale para qualquer empresa, de qualquer país”.
Gliniasty destacou que o Paraná é o terceiro estado a receber mais investimentos da França e que o encontro foi importante para que o embaixador soubesse dos detalhes da nulidade do pacto de acionistas. “Foi uma conversa muito interessante e esclarecedora”, avaliou. Requião e Gliniasty também assinaram protocolo de intenções para realização de cursos de reciclagem para professores da rede pública estadual ensinarem a língua francesa.
