O governador Roberto Requião e o diretor do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Rasca Rodrigues, se reuniram nesta quarta-feira (16) com produtores de cana-de-açúcar paranaenses para discutir os critérios para o início da colheita no Estado.
Os empresários do setor pediram autorização ao governador para iniciar a queima da palha da cana antes do início do corte nas áreas onde ainda os proprietários ainda não conseguiram implantar uma reserva legal de mata nativa em, no mínimo, 20% de cada propriedade, como determina a legislação federal de proteção ao meio ambiente.
A queima, segundo os usineiros, é necessária para evitar que os trabalhadores sofram acidentes com animais peçonhentos. O governador determinou que o IAP autorize a queima, mas pediu que o órgão trabalhe com o Ministério Público na criação de um termo de ajuste que obrigue os plantadores de cana a cumprirem a determinação.
"Vamos passar a exigir o cumprimento da lei de todos os agricultores paranaenses e não só dos produtores de cana-de-açúcar. Vamos trabalhar também numa campanha que esclareça aos usineiros dos benefícios de se manter uma reserva legal. Elas ajudam manter as fontes de água e assim aliviam os efeitos das estiagens. Caso contrário, vamos transformar o Paraná num deserto", explicou Requião.
O vice-presidente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar (Alcoopar), Ricardo Rezende, explicou que plantio da cana-de-açúcar ocupa hoje cerca de 300 mil hectares nas regiões Norte e Noroeste do Paraná.
Na safra 2005, segundo ele, os produtores paranaenses devem colher cerca de 300 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 1,4 bilhão de litros de álcool e 2 milhões de toneladas de açúcar. O setor emprega hoje 70 mil empregos diretos e indiretos.
Rezende explica que cerca de 143 mil dos 360 mil hectares ocupados com o plantio de cana-de-açúcar já mantém reservas de mata nativa. "Vamos trabalhar na colheita e na conscientização dos produtores que ainda não cumprem a determinação federal", explicou.