Governador quer manutenção dos empregos na Volks do Paraná

O governador Roberto Requião afirmou nesta quarta-feira (31) que apoiará as propostas dos trabalhadores da Volkswagen para evitar as demissões previstas no plano de reestruturação da fábrica alemã e que podem afetar os empregados da unidade de São José dos Pinhais. ?O governo do Paraná vai apoiar qualquer tipo de proposta desde que sensata, que garanta os empregos dos paranaenses e que mantenha a unidade instalada em São José dos Pinhais?, disse Requião ao grupo de 20 trabalhadores metalúrgicos que pediu a participação do governador na solução do impasse.

Requião adiantou que o governo do Estado pode garantir, através de projeto de lei, que os incentivos fiscais repassados às montadoras estejam vinculados a manutenção dos postos de trabalho. ?Essa é uma proposta que temos que estudar de uma forma melhor junto com os deputados estaduais, mas qualquer incentivo fiscal, até pelo porte do que foi dado, tem que ter como contrapartida a garantia dos empregos aos paranaenses?.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, Eleno Bezerra, pediu ao governador apoio na articulação da formação de uma comissão nacional – integrada pelo Ministério do Trabalho, governos do Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, confederações, centrais e sindicatos dos trabalhadores ? para debater as questões junto ao setor automotivo.

?Essa comissão pode avaliar a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e encontrar outros alternativas que evitem as demissões. Os três estados articulados poderão ter uma posição mais firmes com relação aos incentivos fiscais que mantenham os investimentos e os postos de trabalho?, disse Bezerra.

Câmara setorial 

?A Volkswagen no Paraná tem um incentivo fiscal significativo. São mais de R$ 700 milhões que a montadora deixou de repassar em sete anos ao Estado. Esse acordo, feito pelo governo passado, está trazendo beneficio só para um lado. A montadora é beneficiada e não tem nenhuma contrapartida de garantir os empregos e nem de manter a unidade em São José dos Pinhais?, cobrou o presidente da Força Sindical e do Sindicato dos Metalúrgicos da Região Metropolitana de Curitiba, Sérgio Butka.

A proposta de Butka é da retomar a formação das câmaras setoriais para debater o setor automotivo no País. ?Não podemos discutir somente à luz de cada problema e também não podemos aceitar a redução de 35% dos trabalhadores na fábrica do Paraná. Isso significa a demissão de 1,5 mil trabalhadores dos 4,2 mil da Volks no Paraná. Também a redução dos salários, entre outros direitos e conquistados dos metalúrgicos?, disse Butka.

Greve

Os trabalhadores da Volkswagen do Paraná estão em greve de advertência nesta terça-feira por 24 horas em protesto contra o plano de reestruturação mundial anunciado pela montadora que pretende reduzir custos e implementar corte de pessoal. O plano pode acarretar na demissão de 5,7 mil trabalhadores no Brasil.

Butka informou ao governador que os 4,2 mil metalúrgicos e funcionários da fábrica de São José dos Pinhais cruzaram os braços e deixarão de produzir cerca de 810 carros. Em todo o país, a Volks deixará de produzir 2,7 mil veículos durante a greve de advertência.

O sindicalista revelou ainda que, antes mesmo da implantação do plano de reestruturação da montadora, 219 trabalhadores foram demitidos da fábrica de São José dos Pinhais. ?Essa atitude revoltou os metalúrgicos. Esta é a segunda paralisação em menos de 15 dias no Paraná?, disse Butka.

Ainda segundo Butka, no dia 18 de maio, os trabalhadores cruzaram os braços por quatro horas e deixaram de produzir 150 unidades dos modelos Golf, Fox e Audi A3, que daqui são exportados para a Europa e América Latina.

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