O governador Roberto Requião pediu aos deputados estaduais a votação imediata do salário mínimo regional, em tramitação na Assembléia Legislativa do Paraná. ?A minha expectativa é em relação ao salário mínimo que o trabalhador paranaense está esperando. Eu queria que a Assembléia Legislativa votasse de uma vez por todas o salário mínimo dos trabalhadores que é o mais importante no momento?, disse Requião nesta terça-feira (18) no final da reunião da Escola de Governo.
A proposta do governador, enviada em fevereiro à Assembléia Legislativa, cria faixas variáveis de pisos regionais entre R$ 427,00 e R$ 437,80 e, apesar de estar em regime de urgência, ainda não entrou na pauta de votação da Assembléia.
Em pronunciamento para emissoras de rádio na última semana, Requião já havia cobrado a urgência na votação do projeto. O governador também não concorda com os argumentos sustentados por alguns setores político-empresariais, de que a criação do mínimo regional poderia trazer prejuízos econômicos ao Paraná. ?O argumento de que o salário mínimo vai prejudicar empresas é um argumento tão terrível quanto o dos escravagistas na época da abolição, que diziam que a libertação dos negros iria prejudicar o Brasil. Salário mínimo maior para o nosso povo é uma questão de justiça?, disse Requião.
?Subindo o salário mínimo, ganhamos na ponta do povo que é a mais importante, do trabalhador, porque o povo vai comer melhor, o trabalhador com o salário maior poderá consumir mais. Carne e comida na mesa dessa gente que tem o salário tão degradado. E vai também desafogar o setor empresarial porque o trabalhador vai comer mais carne, vai comer mais frango, as lojas vão funcionar melhor, as pequenas lojas, os botequins do interior. Esse pequeno comércio vai crescer criando um círculo virtuoso de desenvolvimento?, defendeu o governador.
PEC antinepotismo
No final da reunião da Escola de Governo, Requião também destacou que sua proposta contra o nepotismo é mais ampla e radical que a atual que na pauta de votação da Assembléia. Segundo o governador, na proposta em votação na Assembléia, ?os deputados vão poder empregar o tio, sobrinho, pai, mãe, neto, avô, bisavô. Não há impedimento algum para eles. É um projeto extremamente mal feito e limitado. É uma demagogia de véspera de eleição?.
A proposta de Requião proíbe a nomeação de parentes do governador, vice e secretários de estado; dos prefeitos, vices e secretários municipais; dos deputados estaduais; dos vereadores; dos conselheiros do Tribunal de Contas e auditores substitutos; dos desembargadores ou juizes de direito; dos serventuários da Justiça, dos foros judicial e extrajudicial; do chefe do Ministério Público do Estado, procuradores e promotores de justiça. A proposta veda ainda a nomeação de deputados estaduais, de vereadores e das pessoas que com eles mantenham parentesco até 2º grau, para cargos de secretário de Estado, secretário municipal e de conselheiro do Tribunal de Contas (TC).
?Eu enviei um projeto verdadeiro e espero que os deputados repensem e vejam que temos um projeto verdadeiro, decente. Vamos levar a sério essa questão que quem ganha é a sociedade?, completou Requião.