Governador mineiro quer consenso dos Estados ao negociar com Lula

O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), voltou a defender nesta terça-feira (31) que os governadores eleitos tentem alcançar um consenso em torno das propostas que serão negociadas com o governo federal. Entre os principais temas está a descentralização das receitas, fortemente concentradas nas mãos da União, a definição sobre os ressarcimentos das perdas com a Lei Kandir para os Estados exportadores e a reforma tributária, principalmente no que diz respeito à unificação da legislação do ICMS. "Não podemos continuar ano a ano naquela corda esticada, ao final de cada votação do orçamento, Estados de um lado e União de outro. Espero que a União compreenda a importância de participar do esforço para o fortalecimento das exportações", afirmou.

O governador mineiro também apontou que a administração das rodovias federais deveria ser transferida aos Estados, a partir do repasse da totalidade dos recursos arrecadados com Cide, proporcionalmente à participação da malha rodoviária de cada Estado. "É o que eu tenho dito sempre, a União deve fazer o que municípios e Estados não puderem fazer.

Em entrevista concedida no Palácio da Liberdade, Aécio informou que ainda não foi acertada uma reunião entre os governadores eleitos e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aécio ligou ontem para Lula para cumprimentá-lo pela reeleição e, segundo disse, o presidente informou que aproveitaria o feriado de Finados para descansar e só depois marcaria a reunião com governadores. Aécio disse que há por parte do presidente "disposição para conversar sobre os temas que interessam ao país".

Congresso

Aécio negou que pretenda interferir na disputa interna do PSDB para a indicação do líder da bancada no Congresso e a participação da legenda na composição da mesa diretora da Câmara dos Deputados. De acordo com o governador mineiro, as definições internas no Congresso devem ser feitas pela própria bancada. "Nós temos que ter muita calma nessa definição do Congresso, eu disse aos meus companheiros, disse ao Serra, as definições internas não são indicações de governadores ou externas ao Congresso Nacional", afirmou.

Os postulantes ao cargo, na opinião do governador mineiro devem ter trânsito interno e devem construir maioria para vencer a disputa. "Em relação a Minas não haverá disputa, mas não vamos achar que a indicação do governador Aécio, do (José) Serra ou de qualquer governador resolve os problemas internos. A Câmara através das suas bancadas é quem deve definir lideranças e ocupações de cargos, não acho que nós governadores devamos interferir excessivamente nessa questão", avaliou.

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