Governador do Rio Grande do Sul defende prévias para PMDB definir candidato

O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, defendeu nesta sexta-feira a realização no prazo marcado das prévias do PMDB para a escolha do candidato do partido nas próximas eleições presidenciais. Depois de almoçar com o governador do Distrito Federal (DF), o também peemedebista Joaquim Roriz, Rigotto afirmou que não pode haver protelação das prévias programadas para março e previu que o candidato do PMDB à presidência da República surgirá não de uma "unção" da cúpula do partido, mas da mobilização da base partidária.

No almoço, Rigotto pediu ao governador do DF que também concorra nas prévias. "Quem se disponibilizar a ser candidato tem que saber que a candidatura vai acontecer dentro de uma escolha que não será de cúpula", afirmou Rigotto, que é um dos pré-candidatos. Ao falar sobre a hipótese de a cúpula do PMDB privilegiar uma candidatura do atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim, e sabotar a pretensão dos demais presidenciáveis do partido, Rigotto foi taxativo: "Não acredito. Digo com sinceridade: as prévias vão acontecer, e delas vai sair o candidato do PMDB". Defensor da candidatura de Jobim, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem se articulado com outros caciques do partido para adiar as prévias.

Segundo o governador gaúcho, as prévias são fundamentais para o PMDB se valorizar e mostrar a força que tem nacionalmente. "Eu já disse que o ministro Jobim seria um belo candidato para as prévias, que qualificaria a disputa interna, mas no dia seguinte ele me ligou dizendo que não tem nada que ver com prévias", relatou Rigotto. Disse que Roriz apóia as prévias e o lançamento de uma candidatura própria do partido à presidência da República. Mas, sobre a possibilidade de colocar o seu nome nas prévias, Roriz não disse "nem sim nem não", de acordo com Rigotto.

O governador criticou o PMDB por não se valorizar e ficar "a reboque" e afirmou que a legenda tem condições de ser uma "terceira via totalmente viável", como alternativa ao PSDB e ao PT, e se apresentar como a grande novidade na próxima eleição presidencial de 2006. "O PMDB é um partido que não se valoriza. É um partido que fica a reboque, que perde a sua identidade, a sua cara própria, que fica com o rótulo de fisiologismo e clientelismo, porque não tem bandeiras nem projeto nacional", reclamou o governador.

Na avaliação de Rigotto, é natural que Garotinho esteja à frente nas pesquisas porque o ex-governador já foi candidato à Presidência e tem feito uma mobilização nacional, andando pelo País. "Esse processo muda. Quando tivermos as pedras colocadas no tabuleiro, dentro e fora do PMDB, vamos ver como esse quadro vai ficar", observou. O governador gaúcho afirmou que o PMDB tem condições de comandar uma coligação de centro-esquerda, mas não mencionou quais partidos participariam dessa aliança. "Com quem, o tempo vai dizer", disse.

Rigotto antecipou que deverá oficializar a sua pré-candidatura pelo PMDB na segunda quinzena de janeiro. "A minha presença nas prévias está praticamente definida", disse Rigotto, que deverá tirar férias do cargo de governador por cerca de 20 dias no final de janeiro para fazer a mobilização nacional em torno do seu nome. Garotinho é o único candidato que já fez a inscrição para as prévias.

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