O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), fez hoje (8) duras críticas ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT. Ele classificou como "irreconhecível e triste" o governo federal e partido adversário e admitiu novamente ser candidato à sucessão presidencial em 2006. Alckmin, que visita hoje a região de Ribeirão Preto (SP), preferiu não comentar as declarações de Lula, dadas ontem, de que os deputados petistas ameaçados de cassação não são contagiosos, mas criticou o apoio dado pelo presidente aos parlamentares. "É irreconhecível a postura do presidente e do PT quando eram oposição e agora quando são governo. Essas coisas que levam ao descrédito do mundo político: esse verdadeiro abismo entre o falar e o fazer", disse o governador paulista. "É muito triste isso", completou. Apesar de manter o discurso de que os candidatos à sucessão só serão escolhidos em 2006 e também de não comentar as declarações do senador e ex-presidente José Sarney (PMDSB-AP) pró-reeleição de Lula, Alckmin voltou dizer que ficaria honrado em ter "a oportunidade de trabalhar pelo Brasil" por acreditar no País. "O Brasil é um País vocacionado para o crescimento, tem alguns gargalos para serem removidos. Não é tarefa fácil, mas perfeitamente possível", disse.
Alckmin criticou ainda a afirmação do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, de que Lula ainda não o autorizara a liberar os R$ 900 milhões em recursos federais ao estados como forma de compensação do ICMS não arrecadado em decorrência da Lei Kandir. O governador de São Paulo afirmou que prefere acreditar na palavra de Lula, que prometeu a liberação dos recursos a governadores e prefeitos, mas classificou como inadmissível o fato de Bernardo ter dito que, até a noite de ontem, não havia sido comunicado pelo presidente. " O recurso foi aprovado pelo Congresso, acertado com os governadores e prefeitos, está no orçamento, a arrecadação do governo é recorde e não libera? Como pode o presidente e o ministro não se entenderem. É inadmissível e vamos esperar para que isso seja esclarecido", concluiu Alckmin.
Na região de Ribeirão Preto, o governador anuncia a duplicação de parte da rodovia Abraão Assed (SP-333), entrega o último trecho da duplicação da Cândido Portinari (SP-334), entre Ribeirão Preto e Franca, e assina a cessão de uma área de 154 alqueires da Febem, em Batatais, à prefeitura local para a construção de uma escola agrícola. Alckmin encerra o dia com visitas a Cássia dos Coqueiros e Santa Cruz da Esperança.