O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse, nesta quarta-feira, que, no momento, "é, no mínimo, extremamente precipitado" falar em impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Aécio, as pré-condições de um eventual processo de impedimento de Lula "não estão atendidas no País".
"O impeachment precisa, sobretudo, de dois pilares fundamentais: as motivações jurídicas claras, que ainda não existem, e uma motivação popular extremamente forte, que ainda está distante de existir", avaliou, durante uma solenidade no Palácio dos Despachos.
Ele defendeu a construção de um entendimento que assegure a continuidade das apurações, a punição dos envolvidos e a construção de uma "agenda de País".
"Para que nós possamos ter tempo, cabeça e disposição para votar matérias importantes para o País. Mas isso não significa, de forma alguma, abdicar um minuto sequer da busca da investigação, da responsabilização e da eventual punição dos envolvidos", destacou.
Descontingenciamento
Aécio reclamou que o governo de Minas Gerais não foi contemplado na liberação de R$ 1 bilhão em recursos para gastos dos ministérios, anunciada ontem (16) pelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo.
O governador de Minas Gerais disse que ligou para o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, e cobrou a liberação de verbas para aeroportos regionais do Estado.
"Onde está a nossa participação, já que eu vi ali liberação de recursos da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) para os aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro e de Brasília?", questionou.
Aécio também disse que lamenta, "profundamente", que nesse descontingenciamento não estejam contemplados investimentos em rodovias federais que cortam Minas Gerais. "Não tiveram a atenção necessária para as rodovias federais, em especial, as que passam em Minas Gerais e são usadas por todo o Brasil."