O governador Roberto Requião fez nesta sexta-feira no Porto de Paranaguá uma avaliação de seus três anos de administração. Disse que vai manter sua postura contra o neoliberalismo, que o porto público está com um caixa de mais de R$ 200 milhões, que a Copel mantém as menores tarifas de energia do país e que o Paraná está investindo R$ 1,2 bilhão na recuperação de cinco mil quilômetros de estradas. Requião também reafirmou sua luta contra os transgênicos e atribuiu à redução de impostos como fundamental para criação de 94 mil empregos em 2005. Para 2006, disse, a meta é ampliar o atendimento às famílias e regiões mais pobres.

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A entrevista do governador foi feita e transmitida ao vivo às 18h30 pela TV Paraná Educativa. Requião iniciou a avaliação falando sobre comércio internacional e sobre a necessidade de ampliar os negócios do Paraná com os países do Mercosul. ?É preciso a integração da América Latina com uma visão de cidadania?, destacou. Para isso, defendeu, o Paraná vai criar linhas de navegação com países como a Argentina, Uruguai, Chile, Venezuela e Bolívia. E ressaltou: ?O Porto de Paranaguá não deve ser privatizado porque é porta de entrada e saída de nossas mercadorias?.

O governador também relacionou a situação do porto – onde o governo pavimentou com concreto as vias de acesso e onde está construindo um novo silo público com capacidade de 100 mil toneladas de grãos – com a questão dos transgênicos. Disse que, apesar da luta contra os produtos geneticamente modificados, as exportações de soja do Paraná neste ano cresceram em 1 milhão de toneladas. ?Sinal claro de que países mais esclarecidos, como mais recentemente a Suíça, não querem produtos transgênicos?.

Requião também avaliou o problema da febre aftosa. Reclamou da postura do Ministério da Agricultura e destacou que o rebanho do Paraná está livre da doença. Também criticou a ação de São Paulo em questões tributárias e garantiu que estará ao lado dos paranaenses quando a questão é a ampliação da competitividade. ?A mais recente medida tributária de impacto, depois da isenção do ICMS das microempresas, foi a redução do impostos dos produtos que compõem a cesta básica, medida que já defendi como senador?.

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Energia e água mais baratas aos mais pobres, estímulo à atração de investimentos para regiões mais carentes, Fundo de Aval e anistia aos pequenos agricultores foram outros temas destacados pelo governador. ?Estamos na contra-mão do governo federal com a política neoliberal do ministro Antonio Palocci, que precisa de mudanças urgentes. Precisamos de um país que pense num Brasil como nação e não como mercado?.

O governador garantiu também que a luta contra os altos valores do pedágio continuará a ser prioridade em 2006. ?Os atuais valores são um roubo e podem provocar um levante popular como o que ocorreu na Bolívia contra a privatização dos serviços de distribuição da água. Já protocolamos mais de 40 ações contra o pedágio caro. A justiça estadual nos tem dado apoio, mas a federal, infelizmente, não tem a mesma sensibilidade. Mas não vamos esmorecer?, garantiu.

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