Os governadores eleitos e os que ficaram na dependência da prova final de domingo, a partir de 1.º de janeiro do próximo ano, terão uma preocupação comum: a governabilidade. Começando em seus próprios estados, onde há problemas sérios, incluindo a polêmica acomodação das forças coligadas e, em maior grau, com a administração federal, que estará assoberbada por uma agenda abrangente, cujo primeiro item é a reforma das instituições.

continua após a publicidade

Já eleitos, José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) devem puxar uma fila de nomes prestigiados pelo eleitorado estadual, como Jaques Wagner (BA), e os governadores de estados importantes na federação como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Pernambuco, Pará e Espírito Santo, entre outros, componentes de uma frente que deve pressionar o governo central em busca de soluções regionais, além da ascendência que um governador sempre é capaz de exercer sobre a bancada federal de seu estado.

O governador da Bahia, uma das surpresas eleitorais do ano, ao desbancar o candidato do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL), que não teve cacife nem para disputar o segundo turno, apregoa a necessidade de evitar um ?terceiro turno?, ou seja, o prosseguimento do clima acalorado das discussões entre governistas e opositores, em função do enfrentamento aberto entre Lula e Alckmin, ao longo da curta campanha do segundo turno.

O que menos interessa ao país na conjuntura imediata é a instalação de um clima de beligerância entre o presidente e os governadores dos estados mais fortes do ponto de vista econômico, porque essa falta de entendimento nas questões programáticas será altamente prejudicial à sociedade. Assim, tem razão o governador Jaques Wagner, ao propor um exeqüível modelo de convivência entre os chefes de executivos estaduais e o presidente – ele está convicto que será Lula – mesmo com o prosseguimento das investigações sobre os desvios de recursos do Tesouro para a compra superfaturada de ambulâncias.

continua após a publicidade

Da mesma forma devem continuar os trabalhos no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), onde aportou o inquérito elaborado pela Procuradoria Geral da República oferecendo denúncia contra os mensaleiros. A temperatura pode subir, mas a obrigação é não deixar a água derramar.