O secretário de Justiça americano, Alberto Gonzales, disse hoje que não se lembra de ter participado de conversas sobre a demissão de oito procuradores federais em dezembro, contestando a afirmação feita por seu ex-assessor, Kyle Sampson. Ontem, Sampson prestou depoimento no Senado, deixando claro que foi Gonzales quem decidiu sobre as demissões. "Eu apenas fazia as recomendações. Quem demitia eram ele (Gonzales) e Miers", disse referindo-se a Harriet Miers, ex-consultora jurídica da Casa Branca.
Durante um encontro em Boston para discutir pedofilia na internet, Gonzales disse que pediu para Sampson avaliar o desempenho dos 93 procuradores federais dos EUA para ver se era necessário fazer alguma alteração no quadro de funcionários. "Eu não me lembro de ter me envolvido nas conversas para determinar se algum procurador deveria ser demitido ou não", afirmou. "No fim do dia, eu sei o que eu fiz e sei que a motivação para as decisões que tomei não foram baseadas em razões inadequadas", disse Gonzales, negando as acusações da oposição que diz que a demissão dos oito procuradores – dos quais sete tinham a ficha impecável – foi por motivação política.
No meio das acusações e contestações, a Casa Branca continua apoiando Gonzales. A porta-voz de Bush, Dana Perino, afirmou que o presidente tem "100% de confiança no secretário de Justiça" e que qualquer insinuação de que o apoio a Gonzales é indiferente não é verdade. "O presidente acredita que o secretário de Justiça conseguirá superar as dificuldades pelas quais está passando", afirmou Dana. A porta-voz aproveitou para desmentir boatos de que Bush receberia possíveis candidatos para assumir o posto de Gonzales durante o feriado da Páscoa no rancho presidencial no Texas.