Nem com toda a dinheirama investida pela MSI (mais de R$ 170 milhões), o Corinthians conseguiu acertar a mão na contratação de um goleiro. Desde que o fundo de investimento assumiu o futebol do clube, no início de 2005, já são sete os jogadores da posição que passaram pelo Parque São Jorge ou ainda estão no clube. Nenhum vingou. Motivo suficiente para o torcedor ficar desconfiado.
A falha de Marcelo, que soltou a bola nos pés de Fernandão no empate (1 a 1) com o Internacional, anteontem, em Porto Alegre, voltou a deixar todos no clube em alerta. O erro aconteceu poucos dias depois dele ter sofrido um gol contra o Vasco em uma cobrança de falta do ‘meio da rua’, num lance em que muita gente considera que ele vacilou.
O técnico Emerson Leão segue indiferente. Parece não ter ficado muito preocupado com o ocorrido no Beira-Rio. Tanto que logo após a partida, nos vestiários, tratou logo de tirar o peso da responsabilidade de cima de Marcelo – que já sentiu como é ficar um tempo na ‘geladeira’. O restante do grupo de jogadores também deu apoio ao goleiro, que deverá permanecer como titular na partida de amanhã à noite, contra o Lanús, no Morumbi, pelas oitavas-de-final da Copa Sul-Americana.
"Pra vocês verem como é dura a vida de goleiro. Ele esteve bem desde que assumiu a posição e bastou falhar uma ou duas vezes para começar a pressão em cima dele", lamentou o reserva Silvio Luiz.
A primeira vítima dessa síndrome foi Fábio Costa. O goleiro já estava no Corinthians quando a MSI assumiu. Não demorou a cair em desgraça. A chegada de Daniel Passarella foi o estopim e Fábio acabou sendo encostado. Foi a vez de aparecerem os garotos Tiago e Júlio César. O primeiro, sem experiência, foi jogado na fogueira em um clássico contra o São Paulo. Acabou queimado com a goleada de 5 a 1 sofrida diante do time do Morumbi, que resultou na queda do técnico argentino. Com a mudança de treinador, Fábio Costa foi novamente aproveitado, deu a volta por cima, conquistou o título brasileiro no ano passado como titular, mas não quis saber de renovar com a MSI no comando.
Marcelo assumiu a posição, mas ficou pouco tempo. Logo, a MSI apareceu com o chileno Johnny Herrera. Mais um que não deu certo. O último da lista foi foi Silvio Luiz. Também não se acertou e foi parar na reserva. Sem contar o jovem Bruno, contratado do Atlético-MG, que ficou uma semana no Parque São Jorge e foi embora, vetado que foi pelo técnico Leão.
A solução para tudo isso talvez seja o retorno de Dida ao Brasil. Campeão do mundo com o Corinthians, em 2000, ele já avisou que não renovará contrato com o Milan. Caminho livre para a MSI investir mais alguns milhões.