Um feito digno de aplausos atraiu para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) justificada atenção da sociedade. Segundo a informação de seu presidente, ministro Marco Aurélio Mello, a corte admitiu que políticos que migraram para outra legenda entre a data da eleição em outubro passado e a posse, em fevereiro, podem perder o mandato, que em última análise pertence ao partido.
Há muitos anos a nação esperava ouvir notícia tão confortadora sobre os vislumbres da reforma política, decerto, até aqui procrastinada sistematicamente pelos oportunistas que cevaram suas trajetórias políticas sob a égide de uma legislação contaminada por interesses particulares.
Atualmente são 36 os parlamentares que trocaram de partido desde a eleição, e esta é uma libertinagem a ser para sempre extirpada da economia interna dos partidos. A declaração de Mello surgiu em resposta a uma consulta encaminhada ao TSE pelos Democratas, denominação adotada agora pelo PFL, um dos grêmios que mais perdeu parlamentares.
A mudança de partido é o mais repulsivo vício praticado por muitos políticos brasileiros, em inaceitável desrespeito ao voto recebido dos eleitores e, pior, atirando à lata do lixo a legislação.
Os ministros do TSE fizeram um gol de placa, e a estrita obediência à medida deverá ser imposta a todos, doa a quem doer. Não deverá haver clemência para quem despreza a tal ponto a confiança popular.