São Paulo (AE) – A Globopar, holding das Organizações Globo, terminou esta semana o processo de reestruturação de sua dívida, de cerca de US$ 1,3 bilhão. A empresa encontrava-se em moratória desde dezembro de 2002. Serão lançados títulos da dívida com prazo maior. Parte da dívida será paga com a venda de participação na Net Serviços – empresa de TV paga que pertence à holding – para a Telmex, dona da Embratel.

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"Não poderíamos estar mais satisfeitos com o sucesso na conclusão da reestruturação de nossa dívida", afirmou o presidente das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho, em comunicado. "Nossa equipe e os comitês de credores trabalharam duro por um longo tempo. O resultado foi uma dívida reestruturada em termos atrativos ao mercado, que garante ao nosso grupo uma estrutura de capital sólida e estável."

No 21 de abril, a Globopar havia conseguido aprovar a proposta de renegociação de todos os seus títulos da dívida. Em 5 de maio, assinou o acordo com todos os seus credores internacionais e brasileiros. Além do pagamento de parte dos títulos renegociados, a Globopar irá depositar US$ 110 milhões em uma conta de reserva do serviço da dívida. Os consultores financeiros da empresa foram a Houlihan Lokey Howard & Zukin Capital e a Goldman Sachs. Os consultores jurídicos foram a Debevoise & Plimpton LLP e a Barbosa, Müssnich e Aragão.

No começo deste mês, as Organizações Globo haviam anunciado uma mudança na estrutura das empresas que formam o grupo, assim que fosse finalizado o processo de renegociação da dívida. Com a mudança, a Globopar, dona da Net, deixará de existir como empresa independente, unindo-se à TV Globo, empresa de televisão aberta, e à Globo.com, braço de internet, para formar uma empresa única. A Globosat, a Som Livre, a Editora Globo e a Globo Cochrane passam a ser subsidiárias integrais da nova empresa. A Infoglobo, que publica os jornais O Globo, Extra e Diário de S. Paulo, e o Sistema Globo de Rádio (Rádio Globo e CBN) têm a gestão unificada, mas continuam como empresas independentes.

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No primeiro trimestre, a Globopar lucrou R$ 374,5 milhões, frente a R$ 7,4 milhões no mesmo período de 2004. A melhora no resultado refletiu a venda de participação na Net para a Telmex, que garantiu um ganho não-operacional de R$ 598 milhões. A Telmex, do bilionário mexicano Carlos Slim Helú, dono da Embratel e da Claro, ficou com 37,08% das ações com direito a voto da Net Serviços e com 26,64% do capital total. Entre janeiro e março, a TV Globo lucrou R$ 83 milhões.