Ginastas desembarcam e já ficam de olho no Mundial

São Paulo (AE) – Daiane do Santos e Laís Souza mal tiveram tempo de comemorar as duas medalhas de ouro da etapa alemã de Stuttgart da Copa do Mundo de Ginástica Artística, no solo e salto sobre cavalo, conquistadas no fim de semana. Um dia após a competição, o técnico Oleg Ostapenko já arrumou um ginásio de um amigo em Stuttgart para a equipe brasileira treinar, porque falta pouco tempos para o Mundial de Melbourne, na Austrália, entre 21 e 27 de novembro. Hoje, no desembarque em São Paulo, as garotas só pensavam em chegar logo a Curitiba, onde ainda treinariam na parte da tarde. Mostraram as moedinhas comemorativas que ganharam (com um arranjo de flores), em vez de medalhas.

Daiane seguirá treinando no solo, único aparelho que disputará na Austrália, ao som de "Brasileirinho", porque não conseguiu terminar a coreografia embalada por "País Tropical", de Jorge Ben. "Coreografia nova, só para o ano que vem. Preciso arrumar muita coisa. Ainda não está montada. O que vocês viram há três semanas (mostrada pela Globo) foi só uma apresentação da música para o público", explicou Daiane.

A gaúcha vai ao Mundial defender o título conquistado há dois anos em Anaheim, nos Estados Unidos. E disse não se sentir pressionada por isso. "Tenho uma responsabilidade a mais por vir de outras competições, outros bons resultados. Mas acho que a mesma responsabilidade que eu tenho as outras também têm. Assim como ganhei em Anaheim, a Catalina (a romena Catalina Ponor) venceu na Olimpíada de Atenas/2004." Na Alemanha, Catalina competiu apenas na trave e venceu. Daiane não gosta de falar em rivalidade. "Não a vejo como rival. Todas são fortes. Sou amiga da Catalina. Nem sei se ela vai competir no solo, porque não está bem."

Laís, de apenas 16 anos, concordou com Daiane: "Não acho que a pressão aumentará para o Mundial da Austrália. Sempre me cobro em todas as competições." O objetivo da ginasta é chegar à final no salto sobre o cavalo, sua especialidade. "Depois, é difícil prever o que pode acontecer", explicou a atleta de Ribeirão Preto que também competirá nos outros três aparelhos (solo, trave e assimétricas).

Até lá, Laís quer aprimorar seus saltos. "Vou dificultar minhas acrobacias. Se vou acertar, não sei." E também cuidar do pé direito ? onde sofreu um fissura no osso há dois meses.

As brasileiras deixaram de participar das etapas na Eslovênia e na Escócia, nesta quarta e sábado, porque não teriam tempo de providenciar o visto para a Austrália.

Daiane acredita que os últimos resultados do Brasil ? seu saldo é de oito ouros em Copas do Mundo e o Brasil chegou ao 32º pódio em Stuttgart ? despertaram o interesse do público pela ginástica do Brasil no Exterior. "O resultado foi ótimo. A gente sabia que isso um dia podia acontecer. As pessoas já nos conhecem bastante, gritam nosso nome. Além disso, têm comentado sobre nossos resultados nas festas de encerramento, principalmente os técnicos." Para o Mundial, Daiane aposta em um bom resultado de Daniele Hypólito "que vem muito bem". A equipe levará oito ginastas (quatro meninos e quatro meninas).

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