O cantor, compositor e ministro da Cultura Gilberto Gil fará quinta-feira, em Salvador, seu primeiro show profissional desde que assumiu o ministério. Gil e sua banda são uma das atrações do Festival de Verão de Salvador, uma maratona de pop rock que começou há cinco anos e reúne entre 150 mil e 200 mil pessoas na praia – cerca de 50 mil a cada dia de shows.

“Nós o convidamos em outubro, bem antes de ele assumir o ministério”, conta o diretor artístico do festival, Maurício Magalhães. O festival será realizado no Parque de Exposições de Salvador e mistura tudo, ao estilo baiano, do axé ao rock, do eletrônico ao indie. “Consideramos que o conceito é o de um grande parque temático”, diz Magalhães. Segundo ele, a montanha russa do seu parque é o palco principal, que terá o ministro Gil tentando mostrar que não perdeu a forma no gabinete. “Diferentemente de outras cidades brasileiras, Salvador é um lugar onde as divergências convivem pacificamente”.

Trata-se de uma mostra bem-estruturada e ambiciosa, de perfil mais comercial, que tem um custo estimado em R$ 4,5 milhões – patrocinados principalmente pela Coelba (companhia de eletricidade da Bahia), pela Tim e Sempre Livre – e contabiliza em seu currículo algumas vitórias históricas.

Em 2001, o festival baiano teve o topete de encarar o poderoso Rock in Rio Por Um Mundo Melhor, abrigando um grupo de “dissidentes” do festival carioca. Inconformados pelo tratamento “discriminatório” que enfrentaram da organização do Rock in Rio, as bandas Cidade Negra, O Rappa, Charlie Brown Jr., Jota Quest e Skank desertaram da maratona e foram à Bahia.

Pelo Festival de Verão de Salvador também passaram atrações internacionais, como Max Priest e Men at Work, e houve até uma cena insólita: o cantor e compositor Chico Buarque apareceu de surpresa, há dois anos, para dar uma canja no show do genro, Carlinhos Brown.

Este ano, o cast do festival, além de incluir atrações consagradas como Paralamas do Sucesso, Planet Hemp, Jota Quest, CPM22, Zezé di Camargo e Luciano, Lulu Santos, O Rappa, Ivete Sangalo e Gil, também absorve a novidade tecnológica e artística. Dois novos espaços, em tendas separadas do palco principal, trarão estrelas do mundo eletrônico, como o DJ Patife (Zona Eletrônica), e bandas novas, na Tenda dos Emergentes. Haverá ainda uma Arena de Esportes Radicais, para os convivas de espírito temerário.

O festival começa amanhã, com show de Davi Moraes, Paralamas, Skank, O Rappa e Araketu. Sem atrações internacionais  por causa do dólar (“É a segunda vez que não trouxemos ninguém  por causa do dólar instável”, diz Magalhães), o festival conta com trunfos geográficos para emplacar como um grande negócio para seus organizadores. Tem difusão garantida pelos canais por assinatura GNT e a Globo Internacional também apóia. Será exibido também como especial da TV aberta e, pelo terceiro ano, terá exibição do Multishow.

Gilberto Gil reapresenta em Salvador o seu show Kaya?n Gan Daya, lançado no segundo semestre do ano passado, no qual celebra a música do jamaicano Bob Marley. Com cenários de Luiz Zerbini, Gil canta acompanhado de Arthur Maia (baixo), Carlos Malta (sax e flauta), Cláudio Andrade (teclado) Gustavo e Leonardo (percussão) Jorginho Gomes (bateria), Sergio Chiavazzoli (guitarra) e Cícero Assis (acordeão).

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