São Paulo – O ministro da Cultura, Gilberto Gil, anunciou nesta quinta-feira (14) que até o final do ano será realizado o 1o Fórum Nacional de TVs Públicas, com a participação de representantes dos governos federal, estaduais e municipais, da sociedade civil e de setores ligados à produção de televisão. O ministro participou do painel O Governo e a TV Pública, realizado no primeiro dia do Seminário Internacional de Televisão Pública, na TV Cultura.
De acordo com o ministro, o encontro pretende discutir, formular e enunciar as questões essenciais de um plano de desenvolvimento para a TV pública brasileira. ?Todos que quiserem poderão participar desse fórum. É necessário que todo mundo queira participar da discussão sobre televisão no Brasil?, disse.
Segundo Gil, os assuntos debatidos serão a política de fortalecimento dos conteúdos para a TV pública, infra-estrutura e necessidade de atualização tecnológica das TVs públicas, financiamento e capacidade de investimentos para o desenvolvimento das programações, revisão de aspectos jurídicos e institucionais para atuação dessas emissoras e a racionalização do relacionamento das TVs públicas com o governo federal.
Na avaliação do ministro, o país tem todos os elementos para construir a identidade da TV pública, faltando apenas ?tirar a foto? do modelo de TV pública ideal para o Brasil. ?Essa foto é um mosaico feito de várias pastilhinhas que são a contribuição de cada um, de cada setor, de cada pensamento, dos setores independentes e dirigentes da televisão no Brasil?. Gil disse que é preciso unir a opinião de todos os setores para construir a face da televisão pública brasileira para o século 21, para então facilitar o diálogo com o Brasil globalizado.
Para o ministro, o modelo de TV digital adotado pelo Brasil deve proporcionar mais inclusão e diversidade para o país, já que em um canal analógico cabem oito canais digitais, propiciando mais variedade de programação. ?Isso dá possibilidades imensas de inclusão de novos atores, consumidores, parceiros?.
Gil enfatizou que é preciso evitar que o modelo que será implantado bloqueie as possibilidades de inclusão. ?Temos que evitar que a TV digital seja apenas uma repetição do modelo analógico, tal como ele foi até agora. Para isso o governo está discutindo e tem grande responsabilidade?.
O ministro lembrou que para que a TV digital cumpra seu objetivo de inclusão, foi formado um grupo interministerial que dialoga entre si e com a sociedade para garantir a democratização e ampliação desse projeto. ?É preciso agora ter o papel crítico, profundo, que critique a proposta que o governo fez, enriqueça essa proposta e exija que o governo opte por um modelo que não seja empobrecedor?.
Gilberto Gil disse que a questão tecnológica que foi discutida até então deve ser enriquecida com a discussão sobre o conteúdo a ser exibido na TV digital. ?Esse modelo real de televisão é que vai levar em consideração a casa, o lar, o terminal do público, para além da questão meramente tecnológica?.
Para ele a sociedade não pode perder a oportunidade de discutir as opções para construir a televisão digital, para não correr o risco de repetir o modelo de televisão que já existe. ?Isso não interessa a ninguém?.
