O ministro da Cultura, Gilberto Gil, atores e produtores de teatro de vários estados tiveram nesta segunda-feira (14) mais uma rodada de discussão sobre a estruturação da Câmara Setorial de Teatro. O órgão vai funcionar como um conselho consultivo para subsidiar o Ministério da Cultura nas decisões e na elaboração de políticas públicas para o setor. Na classe teatral é consenso avaliar que a principal dificuldade tem sido conseguir patrocínio para as produções.

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Para a atriz e produtora teatral Louise Cardoso, as empresas estatais também estão diminuindo os patrocínios e a Câmara Setorial de Teatro poderá funcionar como um mediador, pois será formada por representantes do governo, da classe teatral e também de empresários. "Tenho certeza que esta câmara vai ajudar na captação de recursos para produções em todo o país, inclusive nos estados do Norte e Nordeste, que têm conseguido menos captação, terem a chance de ampliar suas produções com mais verba. Desde o início de sua gestão, o ministro Gilberto Gil vem defendendo esta descentralização de Rio e São Paulo e também uma melhor divisão da verba dos patrocínios para outros estados", acrescentou.

O ministro Gilberto Gil diz, no entanto, que a captação de recursos é apenas uma das questões que envolvem as produções teatrais. "Captar recursos é um dos problemas, mas não é tudo. Além da produção, você tem problemas de circulação, de articulação, difusão, de incentivo a novos grupos, de formação de linguagem, de formação de novos diretores, de novos públicos e todas estas questões têm que ser vistas e trabalhadas em conjunto. As câmaras setoriais vão proporcionar a possibilidade de harmonia em relação a todas essas questões".

Quanto ao corte de 53% no orçamento do Ministério da Cultura para este ano, Gilberto Gil disse que "a semana passada foi dedicada a arrumar a casa com relação à nova realidade" e que esta semana será dedicada a tentar recuperar recursos do orçamento junto ao governo. Segundo ele, ainda nesta semana técnicos do Ministério da Cultura vão se reunir com técnicos dos ministérios do Planejamento e da Fazenda. O ministro disse ainda que na próxima semana ele mesmo deverá discutir o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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