A proposta de implantação, na Região Metropolitana de Curitiba, de um Cinturão da Boa Vizinhança começa a tomar forma. Reunidos nesta semana no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), secretários municipais de diferentes setores abriram um cronograma de trabalho que prevê a implantação, já no próximo semestre, dos primeiros programas de gestão compartilhada entre diferentes municípios.
"É um projeto de grandes dimensões ambientais e sócio-econômicas, que vai mudar a realidade da Região Metropolitana", afirma o presidente do Ippuc, Clodualdo Pinheiro, um dos entusiastas da proposta do prefeito Beto Richa que envolve, além de Curitiba, os municípios de Almirante Tamandaré, Araucária, Campo Magro, Colombo, Pinhais e São José dos Pinhais.
A integração, afirma Clodualdo Pinheiro, faz parte do projeto de governo do prefeito Beto Richa e é o melhor caminho para ampliar a qualidade de vida nos municípios, através do desenvolvimento conjunto. "A proposta é estabelecer uma relação solidária e participativa com os municípios vizinhos. A visão integrada é essencial para planejar o atendimento social e a preservação ambiental".
Participaram na reunião no Ippuc, secretários e representantes das secretarias municipais do Abastecimento, Saúde, Educação, Assuntos Metropolitanos e Esporte e Lazer, além de Ippuc, Urbs e Fundação de Ação Social (FAS).
Propostas
O Cinturão da Boa Vizinhança é a primeira experiência de gestão compartilhada entre municípios para resolver problemas comuns e envolve os setores de saúde, educação, segurança e urbanismo.
Entre as atividades previstas estão o controle da qualidade da água nos municípios envolvidos, adequação da malha viária, realocação de famílias em áreas de risco e implantação de ecovilas na região do Cinturão. Outra linha de atuação é a criação de uma rede integrada de atendimento ao cidadão com implantação de equipamentos de saúde, educação, esporte, lazer e segurança.
As propostas foram debatidas em detalhes na reunião realizada nesta semana no Ippuc. Clodualdo Pinheiro explicou, por exemplo, a dimensão ambiental do projeto que prevê a despoluição dos rios nos municípios envolvidos, buscando-se para isso tecnologias inovadoras. De forma pioneira, também se pretende estabelecer a recomposição da mata nativa em todo o cinturão.
"Queremos devolver o paisagismo natural destas regiões e criar áreas de lazer para a população, além de garantir a progressiva recomposição da fauna original", explicou o presidente do Ippuc.
Entre outras soluções está prevista a implantação, em parceria entre os municípios, de biodigestores para solucionar o problema do lixo produzido pelos cerca de 3 milhões de habitantes da Grande Curitiba. A implantação de usinas de reciclagem garantirá geração de renda para a população.
Os recursos para a implantação dos projetos, segundo Clodualdo, deverão vir principalmente de uma rede, a ser formada, de parcerias e convênios envolvendo órgãos públicos e privados de todos os municípios envolvidos no projeto. "A diversidade sócio-econômica dos municípios é grande, mas todos podem colaborar. Temos que criar novas alternativas para angariar recursos que atendam as necessidades da população de todos os municípios".
