Geraldo Alckmin responsabiliza Lula por avanço do PCC

O candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin, responsabilizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo crescimento das ações do PCC em todo o País e pelo problema de insegurança pública instalado no Brasil. O tucano fez essas declarações um dia depois de a Polícia Federal ter prendido 40 pessoas de uma quadrilha ligada à facção criminosa de São Paulo. Alckmin percorreu Porto Alegre e Esteio, no Rio Grande do Sul, Estado onde sua popularidade vem crescendo e, segundo a última pesquisa do jornal Correio do Povo, de 26 de agosto, ultrapassou a de Lula, chegando a 33,7% das preferências, contra 31,5% do presidente-candidato.

"O problema de segurança no Brasil não é só em São Paulo. É um problema que está no Brasil inteiro. A responsabilidade é de todos. Agora, é óbvio que o governo Lula, o governo do PT, se omitiu e abriu mão na questão da segurança pública, levou quatro anos para fazer um presídio que só tem 30 presos, passou quatro anos contingenciando dinheiro dos fundos de segurança e não teve uma ação para melhorar o combate ao tráfico de drogas", afirmou Alckmin. Indagado se responsabilizava o presidente Lula pela expansão da facção PCC, respondeu: "pelo crescimento não só desta sigla, mas pelo problema de insegurança que o País todo vive. O problema não é uma sigla não, é muito mais complexo".

Alckmin afirmou, contudo, que não está transferindo a responsabilidade dos problemas que ocorrem em São Paulo para ninguém, já que foi governador de São Paulo. Mas falou sobre como agirá na Presidência da República. "Claro que vou assumir a responsabilidade e liderar o combate ao crime. Nos países que avançaram no combate ao crime organizado, o governo federal liderou este trabalho porque bandido não tem fronteira. Isso é um trabalho nacional e articulado com os Estados", declarou, depois de conceder entrevista para a Rádio Gaúcha, que será levada ao ar na segunda-feira. A rádio está entrevistando todos os candidatos.

"A segurança hoje é um problema nacional, todas as grandes cidades brasileiras têm problemas de segurança. Se é um problema nacional, é do presidente da República. Portanto, eu não vou me omitir", afirmou o candidato tucano, dizendo ainda que "não tem medo de cara feia". E prosseguiu: "vamos agir muito firme, trabalhar com os 27 Estados, e fazer a parte federal".

Ao acusar o presidente Lula de omissão no combate ao crime, Alckmin citou que existem "deficiências na área de inteligência, nos banco de dados, no policiamento de fronteira, nas Forças Armadas e Polícia Federal para combater o tráfico de drogas, o contrabando de armas e a lavagem de dinheiro". E ressaltou que "quem tem os instrumentos para fazer isso, é a área federal, com o Banco Central, a Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e a Receita Federal", informando que pretende liderar, em janeiro, um grande movimento para melhorar a segurança no Brasil. "Vamos articular um trabalho sério, não vamos nos omitir", assegurou ele.

Aproveitando o crescimento de sua candidatura no Rio Grande do Sul, conforme apontam as pesquisas, Alckmin esteve primeiro em Porto Alegre e, depois, seguiu de trem para Esteio, a 20 quilômetros da capital. Nas duas cidades, Alckmin encontrou não só uma situação favorável nas pesquisas eleitorais, mas também apoio político, sustentado pelos deputados Francisco Turra (PP) e Yeda Crusius (PSDB), ambos candidatos ao governo estadual, que o acompanharam na viagem.

Em Esteio, Alckmin visitou a Expointer, uma feira internacional agropecuária. E se encontrou ainda com um terceiro candidato ao governo do Rio Grande do Sul: o atual governador Germano Rigotto do PMDB, que pleiteia a reeleição. O rápido encontro dos três adversários na disputa pelo governo estadual e Alckmin ocorreu na casa de Rigotto na cidade. "Aqui a gente se degola na democracia", brincou Yeda Crusius, ao sair da "confraternização".

Ao contrário de outros Estados, onde está em desvantagem, o candidato tucano deparou com farto material de propaganda eleitoral, entre bandeiras e adesivos, vinculando a sua candidatura à eleição estadual. Ontem, a própria Yeda pediu votos em seu programa na TV para ele. Em todos os lugares por onde passou, Alckmin encontrou muitos militantes que o saudavam.

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