O presidente nacional do PT, Tarso Genro, que renunciou à candidatura a presidente nacional do partido pelo Campo Majoritário, dedica-se agora a articular um movimento político dentro da legenda capaz de conduzir à criação de um novo núcleo dirigente.
Genro, que disse ter pedido a retirada do nome da lista de integrantes da chapa do Campo Majoritário, ressaltou que este novo grupo contará até mesmo com o trabalho em correntes de esquerda.
Apesar de ressaltar que não se trata de criar apenas mais uma facção dentro da sigla, ele insistiu que é necessário formar um novo grande centro político na agremiação. "Eu não estou montando um novo grupo de dirigentes, nem uma nova articulação. Estou, na verdade, fazendo um movimento político para ajudar o partido a constituir um núcleo dirigente mais legítimo."
Genro afirmou que o movimento político ao qual se dedica representa uma continuidade dos diálogos que sempre caracterizaram a militância dele no PT. O presidente nacional do PT afirmou que o Campo Majoritário é uma tendência que não existe mais dentro do partido e que, de qualquer forma, nunca esteve diretamente ligado à corrente.
"Não há rompimento com o Campo Majoritário, pois ele não existe mais", disse, afirmando que o grupo é hoje apenas "uma ficção política legítima". Genro acrescentou que não vai se inserir em nenhuma das correntes que compõem, atualmente, a estrutura da legenda por acreditar que este sistema de tendências está esgotado.
Berzoini
O presidente nacional petista declarou ainda que, apesar de ter uma "grande simpatia" pela candidatura do secretário-geral da sigla, deputado Ricardo Berzoini (SP),a presidente nacional da agremiação, prefere aguardar antes de manifestar qual será o voto na eleição de 18 de setembro.
Sobre se o fato de ter abandonado a candidatura enfraquece Berzoini na disputa, Genro destacou que esta é uma avaliação que cabe ao Campo Majoritário. "Eu não sei se enfraquece ou não. Quem deve examinar isso é a maioria, que não cumpriu os requisitos para uma transição com ruptura."
Ao deixar a chapa, na segunda-feira (29), o presidente do PT argumentou que a candidatura estava condicionada a uma disposição desta corrente em promover um rompimento com o núcleo dirigente anterior para superar a atual crise vivida pelo partido.
Genro garantiu também que, mesmo que o Campo Majoritário vote pela retirada de todos os nomes envolvidos em denúncias da chapa, a recolocação da candidatura dele está fora de cogitação.
O presidente petista foi indicado para disputar a eleição pelo Campo Majoritário, mas condicionou a permanência à saída do deputado José Dirceu (PT-SP) – envolvido em denúncias de corrupção feitas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) – da chapa deste grupo ao diretório nacional.