São Paulo – O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, descartou hoje o risco de o País enfrentar problemas de governabilidade em um eventual segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de reconhecer a necessidade de se aprimorar a composição política nacional, Genro indicou que a crise que eclodiu no meio do ano passado serve de prova de que esse risco não é real, seja quem for o presidente de República.
"O Brasil tem sobressaltos políticos, mas não tem nenhum risco de quebra da governabilidade", afirmou Genro, que participou hoje de uma reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "A prova está aí, no processo político, de uma crise, hoje já quase terminal, que estamos vivendo", completou.
No entanto, Genro admitiu que quem assumir a Presidência em 2007, seja Lula ou outro representante da política nacional, terá de concentrar esforços em um acordo político com as direções partidárias. "Na minha opinião, qualquer partido que vá ter um representante seu como presidente da República no próximo período, terá que ter a preocupação de tecer um acordo político dentro de um espectro ideológico, pragmático, diretamente com as direções partidárias, para que esta relação tenha transparência perante a sociedade, e para que os partidos, inclusive sejam responsabilizados pelo que fazem no governo".
Hoje, segundo Genro, o sistema político nacional funciona com base em acordos, guiados por interesses regionais, e frações de organizações políticas, o que dificulta a governabilidade e o desempenho da base aliada no Parlamento. "Eu acho que nós temos que aprimorar nossa visão de composição política e dar solidez, aqui no Brasil, para um projeto de democracia de partidos", disse.