O ministro das Relações Institucionais Tarso Genro reiterou nesta segunda-feira (12) que o governo Lula não é de esquerda, mas de centro-esquerda. De acordo com o ministro, o segundo mandato vai continuar a ter uma forte inflexão centrista. "A delegação dada pelo processo eleitoral é muito clara. Nem todos os partidos da esquerda reunida tem a maioria no parlamento e nem a maioria dos votos no país. Aplicar mecanicamente um projeto de esquerda seria infiel à representação", afirmou hoje na Itália. O ministro viajou pelo país por seis dias para articular o processo de colaboração entre o Conselho Nacional da Economia e do Trabalho (CNEL) e o Conselho para Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão, que ele preside.

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Tarso Genro disse também que a política governamental será mais progressista e democrática no segundo mandato, avançando em questões essenciais como desenvolvimento social. "A característica da esquerda moderna é a sua capacidade de ter uma política econômica forte e distribuir a renda. No segundo mandato, criaremos mais renda e aumentaremos a taxa de empregos privilegiando a política pública e a educação.

O ministro explicou que numa democracia moderna existe equilíbrio de forças entre a direita e a esquerda, mas que o centro é fundamental. Segundo ele, o problema é criar condições para que o PMDB seja um partido unido e centrista. "Antes, o PMDB se auto-anulava porque uma metade votava contra e a outra a favor do governo. É necessário que o PMDB seja um partido centrista, progressista e democrático para que faça suas alianças, ora com a esquerda, ora com a direita, mas que tenha uma união para dar estabilidade democrática ao governo.

Tarso Genro contestou as especulações de que o PT estaria preocupado com o número de ministérios, porque o partido já tem a máxima representação do País. "O PT não manifestou este tipo de preocupação, muito pelo contrario porque certamente terá responsabilidades ministeriais. O presidente também já disse que o PMDB é bem-vindo e que é necessário um partido centrista. Para o PT a coalizão não é um problema, e sim solução.

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O ministro discordou das comparações de que a tendência centrista do governo Lula poderia parecer com a do presidente Fernando Henrique Cardoso. "O mandato de Fernando Henrique Cardoso não foi centrista, mas de centro-direita. Isso é muito claro. Todas as forças políticas que o apoiaram apresentavam um programa privatizante e se adequaram de maneira plena às diretrizes do consenso de Washington, que lesionaram de modo grave as finanças e a economia do País.