O presidente do PT, José Genoíno, descartou hoje que a derrota da proposta do governo de R$ 260 para o salário mínimo no Senado, possa gerar atritos entre as bancadas de senadores e deputados petistas. “Nós tínhamos feito um acordo para que a posição da bancada da Câmara fosse seguida pela bancada do Senado. Isso aconteceu. A bancada do Senado teve uma posição semelhante a da Câmara”, garantiu Genoíno, mesmo diante da dissidência dos senadores petistas Paulo Paim (RS), Serys Slhessarenko (MT) e Flávio Arns (PR).

Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, ele ressaltou que o fato de o PT ser a maior bancada na Câmara terá condições de influenciar com maior firmeza as demais bancadas da base do governo a derrotar a proposta do Senado de um salário mínimo de R$ 275. Entretanto, Genoíno reconhece a dificuldade de se estabelecer qualquer prognóstico para a votação do mínimo pela Câmara.

“De qualquer maneira, o presidente Lula está muito consciente, falou muitas vezes comigo da responsabilidade dele com a definição do salário mínimo. Nós não temos condições de aumentar o mínimo em função das prioridades orçamentárias”, reafirmou o presidente do PT. E disse que na Câmara o governo terá todas as condições “para defender uma posição correta e responsável em relação as contas públicas”.

José Genoíno evitou comentar a possibilidade de um veto do presidente Lula caso a Câmara ratifique a decisão do Senado. “Só quem pode falar sobre esta questão é o presidente da República, através dos ministros ou do porta-voz. Eu não posso falar por ele sobre essa matéria”. No entanto, ressaltou que se a decisão da Câmara for pelos R$ 275, o governo será obrigado a reavaliar o orçamento para garantir as prioridades já definidas.
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