Em sua entrevista semanal ao portal do PT na internet, o presidente nacional da
legenda, José Genoino, evitou hoje rebater as críticas feitas a ele ontem pelo
presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), que o chamou de
"trapalhão" e o acusou de pregar a "desordem", durante evento do PP em Goiás.
Com relação ao ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, no entanto,
Genoino manteve o discurso do domingo, quando acusou FHC de não promover a
reforma política no Brasil em oito anos de mandato.
"O PT defende um
relacionamento de respeito institucional com o presidente da Câmara. Não vou
responder às críticas pessoais, até porque não fiz qualquer crítica pessoal ao
presidente da Câmara. Se 300 deputados o escolheram, vamos respeitar o
resultado", disse Genoino sobre Severino Cavalcanti.
"FHC está jogando no
quanto pior, melhor. Procuramos o PSDB e o PFL para fazer um acordo em torno da
eleição da Mesa da Câmara, para melhorar o relacionamento entre os partidos,
inclusive com propostas para a reforma política, para garantir uma relação de
diálogo", comentou o presidente do PT, em referência às recentes afirmações de
Fernando Henrique Cardoso de que o PT instalou uma "confusão partidária no
País". "O FHC bombardeou esse caminho da valorização dos partidos e agora fica
buscando culpados e acusa o PT", acrescentou.
O líder petista também
afirmou que não concorda com as exigências feitas por alguns pefelistas e
tucanos, como o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que cobrou do PT uma
relação mais respeitosa com os demais partidos.
"O PT sempre teve uma
relação respeitosa com os outros partidos e vai continuar a ter, independente do
caminho adotado pelo PSDB e pelo PFL, que buscaram ‘sectarizar’ o PT na eleição
da Mesa da Câmara", comentou Genoino. "Procuramos um relacionamento nessa
eleição. Alguns tucanos e alguns pefelistas conversaram bastante e tiveram uma
postura lúcida. Outros bombardearam um acordo interpartidário."
