O presidente nacional do PT, José Genoino (SP), disse nesta terça-feira, em entrevista ao portal do partido na internet, que a derrota na eleição para a presidência da Câmara revela a necessidade de melhora no método de relacionamento do PT e de sua bancada com os partidos da base aliada e com as demais legendas. Segundo ele, o revés é maior para os petistas do que para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também teria sido motivado por uma manobra da oposição, com alianças entre setores descontentes da base aliada para derrotar a legenda. "A derrota é maior para o PT que para o governo, uma vez que a maior bancada da Câmara está fora da Mesa", afirmou Genoino, referindo-se ao fato do partido não contar com deputados na Mesa Diretora da Casa.
Hoje de amanhã, o novo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), anunciou os componentes da Mesa. Para a primeira vice-presidência disputarão amanhã os candidatos José Thomaz Nonô (PFL-AL) e Cesar Bandeira (PFL-MA). O segundo vice-presidente será o deputado Ciro Nogueira (PP-PI), o primeiro secretário será Inocêncio Oliveira (PMDB-PE). O segundo secretário será Nilton Capixaba (PTB-RO) e o terceiro será Eduardo Gomes (PSDB-TO). Para a quarta secretaria, disputarão Edmar Moreira (PL-MG) e João Caldas (PL-AL).
Genoino avaliou que o candidato oficial do PT, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), fez uma campanha afirmativa de valorização do Legislativo, dialogou amplamente com os grupos parlamentares da Câmara, mas teria sido prejudicado pela manobra da oposição e pela atitude do deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) de lançar uma candidatura avulsa. "A candidatura de Virgílio foi uma cavalgada por outros interesses", disse.
O líder petista acrescentou que o episódio revela a necessidade de se aprovar uma reforma política que acabe com o chamado "troca-troca" entre partidos – hoje, entre as mudanças, o destaque foi o deputado Lino Rossi (MT), que deixou o PP, filiou-se ao PMDB e retornou à legenda anterior.
O presidente do PT comentou ainda que a manutenção de uma relação respeitosa e institucional com a Mesa para tratar da pauta da Câmara para este ano, é uma das prioridades. "A negociação com a Mesa vai se desenvolver normalmente, vamos conversar com os partidos da base para cuidar da pauta", afirmou.
